S�o Paulo, 26 - O ex-senador Gim Argello (PTB-DF), preso em abril na Opera��o Lava Jato, elencou como suas testemunhas de defesa na a��o em que � acusado de cobrar propinas para evitar a convoca��o de empreiteiros nas CPIs das Petrobras em 2014 um total de 15 parlamentares, sendo sete deputados e oito senadores. Na lista h� nomes do PSD, PMDB, PT, PDT, PV, DEM, PSDB, PSB e PP.
Al�m disso, a defesa de Argello tamb�m listou como testemunha o ministro do Tribunal de Contas da Uni�o, Vital do R�go, o ex-senador e ex-ministro dos Transportes no governo Dilma Ant�nio Carlos Rodrigues (PR-SP), o ex-senador Hugo Napole�o (PSD-PI) e o diretor das comiss�es de inqu�rito do Senado, Dirceu Vieira Machado.
� o primeiro r�u da Lava Jato que chama praticamente s� pol�ticos para sua defesa na a��o em que responde perante o juiz federal S�rgio Moro, que vai avaliar a lista de testemunhas e pode pedir explica��es ao ex-senador sobre porque escolheu os nomes.
O partido com mais nomes � o PT, com quatro parlamentares, seguido pelo PSDB, com tr�s e o PSD, com dois. A partir da�, a defesa de Argello listou um pol�tico de cada partido citado acima. Se destacam na lista nomes como o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), um dos mais ferrenhos opositores de Dilma e que foi coordenador jur�dico da campanha presidencial de A�cio Neves (PSDB) em 2014.
Tamb�m aparecem o senador Humberto Costa (PT-PE), que virou l�der do governo Dilma no Sendo ap�s a pris�o de Delc�dio Amaral por tentativa de obstruir a Lava Jato e o deputado e ex-ministro das Cidades no governo Dilma Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
Veja a lista completa das testemunhas de Gim Argello:
Senador Jo�o Alberto Souza - PMDB-MA
Senador S�rgio Petec�o - PSD-AC
Senador Humberto Costa - PT-PE
Senador Acir Gurgacz - PDT- RO
Senador �lvaro Dias - PV-PR
Ex-senador Antonio Carlos Rodrigues - PR-SP
Deputado Marco Maia - PT-RS
Hugo Napole�o, ex-ministro da Educa��o, ex-governador do Piaui e ex-senador que tentou se eleger em 2014 deputado pelo PSD-PI, mas n�o foi eleito
Deputado Rodrigo Maia - DEM-RJ
Deputado Carlos Sampaio - PSDB-SP
Senador Jos� Pimentel - PT-PI
Senador Flexa Ribeiro - PSDB-PA
Senador Paulo Paim - PT-RS
Deputado Antonio Imbassahy - PSDB-BA
Deputado Hugo Leal - PSB-RJ
Deputado Antonio Brito - PSD-BA
Deputado Aguinaldo Ribeiro - PP-PB
Vital do R�go - ministro do TCU
Dirceu Vieira Machado - diretor das comiss�es de inqu�rito do Senado
Defesa
A lista foi encaminhada na defesa pr�via - primeira manifesta��o dos r�us ap�s a aceita��o da den�ncia -, de Gim Argello ao juiz Moro.
O documento de 59 p�ginas � subscrito pelos defensores do ex-senador - os advogados Marcelo Bessa, Rafael Ferracina, F�bio Ferreira Azevedo e Laryssa Brito Moreira.
Eles pedem que a den�ncia contra Gim Argello seja encaminhada ao Supremo Tribunal Federal. Alegam que mais de um delator citou encontros de Argello e Vital do R�go com os empreiteiros que teriam sido extorquidos, segundo o Minist�rio P�blico Federal, no per�odo das CPIs no Congresso e no Senado.
Como � ministro do TCU, Vital do R�go tem foro privilegiado e s� pode ser julgado pelo Supremo.
Al�m disso, os advogados pedem que a den�ncia contra o ex-parlamentar seja rejeitada, alegando que ele recebeu doa��es legais e n�o propinas em troca de evitar a convoca��o de empreiteiros.
Nas duas CPIs da Petrobras em 2014, das quais Argello participou, nenhum empreiteiro investigado na Lava Jato foi convocado para depor.
Nesta a��o penal, a Lava Jato, com base nas dela��es de v�rios empreiteiros, revelou que o ex-senador teria cobrado R$ 5 milh�es de sete empreiteiras que atuaram no cartel na Petrobras. Algumas empresas, como a Andrade Gutierrez, acabaram n�o pagando a propina.
Ao menos a OAS e a UTC, contudo, acertaram os pagamentos, sendo que parte da quantia foi repassada via doa��es oficiais para os partidos da coliga��o de Argello nas elei��es de 2014 - formada por DEM, PR, PMN, PRTB e PTB.
O Minist�rio P�blico Federal n�o acusa nenhum dos partidos da coliga��o de irregularidades pois, segundo os investigadores, n�o h� provas de que eles tinham conhecimento de que o pagamento era decorrente dos crimes de Argello.
Parte da propina teria sido entregue ainda em dinheiro vivo para Argello, incluindo uma parcela em euros e outra parte ainda teria sido destinada como doa��o de R$ 350 mil para uma par�quia de Bras�lia.
Al�m do ex-senador e seu filho, s�o r�us nesta a��o o ex-presidente da OAS, L�o Pinheiro, o presidente da UTC Ricardo Pessoa, um ex-assessor e um ex-publicit�rio que teriam atuado como operadores dos pagamentos a Argello. Os r�us respondem pelos crimes de lavagem de dinheiro, forma��o de organiza��o criminosa e obstru��o � investiga��o. Quando a a��o foi aberta, nem a OAS nem a UTC quiseram comentar o caso.