Bras�lia, 31 - O ex-assessor especial para �rea internacional do governo da presidente afastada Dilma Rousseff, Marco Aur�lio Garcia, criticou a pol�tica externa do presidente em exerc�cio, Michel Temer, e do novo ministro das Rela��es Exteriores, Jos� Serra. "H� quem diga que estamos assistindo ao surgimento de uma nova pol�tica externa. De nova n�o tem nada, � velha. � a velha pol�tica que conseguimos reverter a partir de 2003 quando o presidente Lula assumiu a chefia da na��o e que depois teve uma continuidade nos anos que seguiram", afirmou, em um v�deo postado no Facebook de Dilma.
Garcia criticou as not�cias de suposto fechamento de embaixadas e afirmou que o governo em exerc�cio refor�a uma vis�o "conservadora". "Fechar embaixadas na �frica, no Caribe, segundo eu escutei como uma opini�o do governo interino e do chanceler interino, me parece um absurdo extraordin�rio", disse.
Para ele, o fechamento de embaixadas � uma "vis�o preconceituosa e atrasada". "� uma vis�o na qual est� presente sem d�vida o conservadorismo do pensamento pol�tico brasileiro", afirmou. "S�o embaixadas pequenas, de custo reduzido, que �s vezes tem um ou dois funcion�rios. At� defenderia que n�s dev�amos ampliar", completou.
Na apresenta��o do v�deo, a presidente afastada anuncia que "o governo eleito explica hoje a nossa pol�tica externa e as diferen�a que temos em rela��o a pol�tica externa do governo provis�rio".
Garcia diz que o governo petista entendeu que o pa�s poderia ser uma pot�ncia regional em um mundo multipolar. "� mais importante que estejamos neste mundo multipolar com os pa�ses da regi�o do que estejamos isolados", diz, ressaltando que isso n�o fez com que o governo rompesse as alian�as tradicionais, com Estados Unidos, Europa e Jap�o. "O que n�s fizemos foi um jogo pol�tico equilibrado."
O ex-assessor especial fez quest�o de destacar a import�ncia da �frica no com�rcio com o Brasil, disse que s� no governo do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva o com�rcio cresceu cinco vezes. "Se n�s ficarmos dentro dessa pol�tica med�ocre que esta sendo proposta vamos ter um lugar pequeno, aquele lugar que t�nhamos h� 20 anos. Se conseguirmos efetivamente romper com essa vis�o med�ocre, provinciana, conversadora, n�s teremos a possibilidade de reconstruir nossa pol�tica externa", afirmou.
Defesa
Ontem, em Paris, Serra negou a inten��o de fechar embaixadas e as especula��es de que as representa��es em Serra Leoa e Lib�ria seriam as duas primeiras atingidas. Ele acusou a oposi��o do PT de inventar a informa��o. "Isso n�o tem nada a ver. � uma onda sem p�, nem cabe�a. Eu apenas mandei fazer uma an�lise da utilidade e dos custos de cada embaixada. � uma provid�ncia elementar", justificou. "Como esse pessoal do PT n�o tem nada para falar a respeito do atual quadro, ficam caraminholando em torno dessas coisas."
O chanceler reiterou o interesse do Brasil em se aproximar da �frica. "Para n�s, (a visita) foi um primeiro contato com a �frica, claro que em uma regi�o bastante restrita, mas um come�o de prepara��o para o encontro Brasil-�frica que faremos no ano que vem", disse.
Em seu discurso de transmiss�o de cargo, no dia 18, Serra fez cr�ticas � rela��o entre o Brasil e a �frica durante a gest�o do PT na Presid�ncia da Rep�blica e afirmou que a �frica moderna n�o pede compaix�o, mas efetivo interc�mbio. "N�o pode essa rela��o restringir-se a la�os fraternos do passado", afirmou.