S�o Paulo e Bras�lia, 01 - O relator do processo por quebra de decoro contra o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Marcos Rog�rio (DEM-RO), citou em seu relat�rio os gastos com cart�o de cr�dito da mulher e da filha de Cunha como evid�ncia de que o parlamentar desviou recursos oriundos de corrup��o. "Os valores (gastos em cart�o de cr�dito) s�o completamente incompat�veis com rendimento do deputado e familiares", afirmou e voltou a criticar o uso de truste pelo deputado.
"Trustes institu�dos por Cunha representam, na verdade, instrumentos para tornar vi�vel a pr�tica de fraudes: uma escancarada tentativa de dissimular a exist�ncia de bens, sendo isso tudo feito de modo a criar uma blindagem jur�dica para esconder os frutos do recebimento de propinas cujos valores foram relatados por testemunhas e lastreiam a den�ncia j� recebida do Supremo, tamb�m confirmados perante este conselho."
O relator destacou que o uso do mecanismo de revogabilidade do truste � um mecanismo para que Cunha tivesse livre acesso ao patrim�nio ocultado no exterior.
Rog�rio tamb�m mencionou que autoridades su��as apontaram a exist�ncia de ao menos quatro contas relacionadas a Cunha no Pa�s, todas no banco Julius Baer. "H� documenta��o bastante ilustrativa, relacionada � pol�tica do Banco Julius Baer voltada a conhecer os pr�prios clientes. Aqui, fica evidente que era Eduardo Cunha o titular da conta e n�o o truste", afirmou na leitura do relat�rio.
O relator alega que ficou "cristalino" que Cunha omitiu de forma intencional informa��es relevantes e prestou informa��es falsas �s autoridades brasileiras.