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Estado de Minas

Temer usa posse para mandar recados a Dilma, PT e advers�rios

Em discurso durante a posse de novo comando em bancos p�blicos e da Petrobras, presidente em exerc�cio faz uma s�rie de refer�ncias ao governo de Dilma Rousseff, ao PT e aos advers�rios


postado em 02/06/2016 06:00 / atualizado em 02/06/2016 07:24

"O pa�s se encontra mergulhado em uma das grandes crises de sua hist�ria. Problemas ocasionados por erros comprometeram a governabilidade e a qualidade de nossa gente" (foto: Lula Marques/Ag�ncia PT)

Em um de seus discursos mais incisivos desde que tomou posse h� 20 dias, o presidente em exerc�cio Michel Temer (PMDB) usou a solenidade de posse dos presidentes dos bancos p�blicos e da Petrobras para enviar uma s�rie de recados � administra��o da presidente afastada Dilma Rousseff, ao PT e aos seus advers�rios. Em v�rios momentos, destacou a necessidade de retomar a confian�a no futuro. A primeira indireta veio logo no in�cio, ao ressaltar o “perfil de compet�ncia e efici�ncia” dos nomeados para a Petrobras, Banco do Brasil, BNDES e Caixa Econ�mica Federal.  Ali�s, a palavra efici�ncia tamb�m apareceu diversas vezes em sua fala, sempre em contraposi��o ao que considera erros cometidos pela gest�o petista. “O pa�s se encontra mergulhado em uma das grandes crises de sua hist�ria. Problemas ocasionados por erros comprometeram a governabilidade e a qualidade de nossa gente”, afirmou.

O presidente em exerc�cio descreveu o “cen�rio” em que encontrou o pa�s, depois do afastamento de Dilma. “N�o falarei de heran�a de nenhuma esp�cie. Apenas revelo a verdade dos fatos para que oportunistas n�o venham debitar os erros no nosso governo.” A frase � uma refer�ncia direta � express�o “heran�a maldita” cunhada por petistas que diziam que o ent�o presidente Luiz In�cio Lula da Silva havia recebido das m�os do tucano Fernando Henrique Cardoso, em 2003, um pa�s cheio de problemas, como infla��o alta e baixo crescimento. O Produto Interno Bruto (PIB) caiu 0,3% no primeiro trimestre deste ano em compara��o com os tr�s meses anteriores, segundo dados divulgados nessa quarta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). Foi a quinta queda trimestral seguida do PIB brasileiro.

“Precisamos modificar esses h�bitos que se instalaram como se o passado fosse respons�vel por tudo”, ponderou. Segundo ele, esses “eventuais oportunistas” j� falam que em apenas 19 dias de governo ele � o respons�vel pelos 11 milh�es de desempregados. “Percebem?”, indagou � plateia, formada por executivos. Temer disse ainda no in�cio de seu discurso que apesar do pouco tempo no cargo, “a impress�o” que ele tem � de que j� se passaram tr�s ou  quatro  anos.

Al�m de citar o desemprego, Temer disse que a infla��o ainda inspira vigil�ncia e lembrou que o d�ficit – estimado em R$ 96 bilh�es pelo governo anterior – ultrapassou a marca dos R$ 170 bilh�es na revis�o da equipe do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.  “Tenho a mais absoluta convic��o de que � poss�vel reverter esse quadro, retomar a confian�a e o crescimento”, afirmou.

Ao fazer um balan�o dos primeiros dias de seu governo interino, Temer disse que j� conseguiu apresentar ao pa�s uma “agenda construtiva”. Listou como pontos dessa agenda a redu��o no n�mero de minist�rios e a aprova��o pelo Congresso da nova meta fiscal. E agradeceu aos parlamentares da base aliada pela primeira “vit�ria” do governo, numa nova cutucada � presidente afastada, que desde a posse para seu segundo mandato, no ano passado, tentava aprovar o ajuste fiscal comandado pelo ent�o ministro da Fazenda Joaquim Levy.

GASTOS
Temer afirmou que o governo deve enviar um projeto estipulando um teto para os gastos p�blicos, mas disse garantir que os percentuais de recursos destinados � sa�de e educa��o n�o ser�o modificados. “Quero registrar, para n�o haver explora��o no sentido contr�rio, que, sem embargo da limita��o de despesa, os percentuais referentes � sa�de e � educa��o n�o ser�o modificados”, afirmou o presidente em exerc�cio.

Na semana passada, no an�ncio de medidas econ�micas, o governo havia anunciado que iria propor incluir na proposta de emenda constitucional (PEC) que estipula um limite para o gasto, alterando os m�nimos constitucionais para as pastas de sa�de e educa��o. “Todas essas medidas n�o reduziram da noite para o dia nossos imensos problemas”, afirmou. “Mas � preciso retomar a confian�a, o caminho do crescimento econ�mico e da gera��o de empregos”, completou. Temer tamb�m reconheceu que haver� sacrif�cios: “Digo aquilo que em momento de dificuldade se diz. N�s teremos sacrif�cios”.

UNIDADE
O presidente pediu um “pensamento unit�rio” para enfrentar a crise pela qual o pa�s passa. “Dar as m�os para juntar os contr�rios, colocar os interesses do Brasil acima dos interesses dos grupos”, discursou, em indireta aos movimentos de sem-terra e sem-teto, entre outros, que lideram protestos contra seu governo.

Temer deu posse a Pedro Parente, na Petrobras; Maria Silvia Bastos Marques, no BNDES; Paulo Rog�rio Caffarelli, no Banco do Brasil; Gilberto Occhi, na Caixa Econ�mica Federal; Ernesto Lozardo, no Instituto de Pesquisas Econ�micas Aplicadas (Ipea); e Paulo Rabello de Castro, no Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). Ao final do discurso, o peemedebista foi cortante ao afirmar que a mensagem que transmitia a cada um dos empossados era clara: “A Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa Econ�mica Federal, o Ipea e o IBGE s�o patrim�nio n�o deste ou daquele governo, n�o deste ou daquele grupo pol�tico. S�o patrim�nio do conjunto da sociedade brasileira”.

Temer pediu a eles que sejam “absolutamente intransigentes” com ilegalidades. Na �ltima segunda-feira, o governo teve sua segunda baixa em poucos mais de duas semanas de governo. Ambos os casos – Romero Juc� ( Planejamento) e Fabiano Silveira (Transpar�ncia) – ocorreram por causa de grava��es com cr�ticas � opera��o Lava-Jato. (Com ag�ncias)


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