Rio - Uma terceira pessoa foi presa em flagrante, por porte ilegal de armas, na execu��o da Opera��o Esfinge, da Pol�cia Federal. A opera��o cumpriu seis mandados de busca e apreens�o, cinco em S�o Paulo e um em Bras�lia, na manh� desta sexta-feira. Ela investiga corrup��o e fraude em contratos com a Casa da Moeda, que somam R$ 6 bilh�es em seis anos. Os investigadores suspeitam que tenham sido pagos R$ 70 milh�es em propinas para os envolvidos nos crimes
"A PF informa que, durante cumprimento de mandado de busca e apreens�o da Opera��o Esfinge na data de hoje, um homem foi preso em flagrante e indiciado por posse ilegal de arma de fogo de uso restrito, cuja pena pode variar de 3 a 6 anos de reclus�o", diz nota distribu�da nesta tarde pela PF.
Segundo apurou a reportagem, o homem preso em flagrante seria M�rio Nicoli Filho. Nicoli Filho � dono da Enigma, com sede no Jardim Paulista, em S�o Paulo, onde foi cumprido mandado de busca e apreens�o de manh�.
A PF apura a participa��o da Enigma no esquema. As investiga��es apontam que o auditor foi respons�vel pela contrata��o, em 2009, da empresa Sicpa Brasil, sem licita��o, para prestar servi�os � Casa da Moeda, na implementa��o e opera��o do Sistema de Controle da Produ��o de Bebida (Sicobe).
O sistema foi criado em 2008 pela Receita Federal, para contar e identificar, nas f�bricas, a produ��o das chamadas bebidas frias (cervejas, refrigerantes e �guas). Sua gest�o ficou a cargo da Casa da Moeda porque o sistema marca cada embalagem com c�digos, que funcionam como uma esp�cie de assinatura digital, permitindo � Receita rastrear cada bebida produzida no Pa�s. O sistema remete informa��es � Receita, para que sejam cobrados impostos.
O caminho para recebimento da propina passaria pela MDI Consultoria em Gest�o de Pessoas Ltda., empresa de Mari�ngela, com sede em Bras�lia, que, entre 2009 e 2015 recebeu US$ 15 milh�es (R$ 53 milh�es em valores de hoje) por um contrato com uma empresa com sede nos Estados Unidos. A empresa americana � de propriedade de um dos representantes da Sicpa, segundo investigadores. A Enigma, de Nicoli Filho, tamb�m seria usada no esquema.
A Esfinge � desdobramento da Opera��o V�cios, que, em julho do ano passado, cumpriu 23 mandados de busca no Rio, Bras�lia e S�o Paulo, inclusive em escrit�rios da Receita e na Casa da Moeda. Na opera��o de hoje n�o houve mandados cumpridos na Casa da Moeda nem em outros locais do Rio. Trinta policiais federais e 12 funcion�rios da Corregedoria Geral do Minist�rio da Fazenda participaram da opera��o desta sexta-feira. O Minist�rio P�blico Federal tamb�m atuou na opera��o.
O Minist�rio da Fazenda divulgou uma nota sobre a deflagra��o da Opera��o Esfinge, mas n�o se posicionou sobre a pris�o do auditor da Receita Federal.
A Casa da Moeda n�o se manifestou sobre a opera��o da PF, mas informou que h� um processo administrativo de responsabiliza��o que pode gerar a rescis�o do contrato com a Sicpa em curso na antiga Controladoria Geral da Uni�o (CGU, hoje incorporada no Minist�rio da Transpar�ncia, Fiscaliza��o e Controle). Por isso, a Casa da Moeda est� planejando nova licita��o para o Sicobe.