
Bras�lia - L�der do PMDB reeleito, em fevereiro, com o apoio da ent�o presidente da Rep�blica, Dilma Rousseff (PT), e escolhido ministro do Esporte pelo presidente em exerc�cio Michel Temer (PMDB), Leonardo Picciani garante que n�o v� contradi��es nesta situa��o. “A minha interpreta��o jur�dica pessoal me levou a votar contra a abertura do processo de impeachment. Eu expressei a posi��o e fui voto vencido”, afirmou. Em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, Picciani defendeu que a situa��o pol�tica esteja resolvida antes do in�cio das Olimp�adas, em 5 de agosto, e considera remota a chance de volta da presidente Dilma.
O pa�s vive um anti-cl�max em rela��o � Olimp�ada. O pa�s era outro na �poca da elei��o do Rio como cidade-sede, tem a quest�o da seguran�a e a quest�o da sa�de, com o zika v�rus. Como � que o senhor v� o atual evento nesse cen�rio brasileiro?
As Olimp�adas foram um compromisso que o Brasil assumiu com a comunidade internacional quando se candidatou e teve a confian�a do mundo para fazer, evidentemente que em um cen�rio diferente. Temos que encarar isso como uma oportunidade. N�s nos candidatamos, vencemos e vamos sediar os jogos Ol�mpicos, com crise ou sem crise. A oportunidade � de restabelecer a credibilidade e a confian�a do pa�s, de fazer uma grande festa e de firmar o Brasil como destino tur�stico.
O senhor foi um dos �ltimos a desembarcar do governo Dilma. Como foi essa passagem?
Eu tenho uma compreens�o de que o impeachment n�o � uma elei��o direta. O impeachment � um processo de impedimento do mandat�rio do pa�s e foi sobre esse processo que eu, como deputado, me debrucei. A minha interpreta��o jur�dica pessoal me levou a votar contra a abertura do processo de impeachment. Uma das regras fundamentais do Parlamento � o respeito �s decis�es colegiadas. Eu expressei a posi��o e fui voto vencido.
O senhor mant�m a sua opini�o?
A minha opini�o j� � expressa.Como eu tenho clareza de que o impeachment n�o � uma elei��o indireta, meu voto n�o foi contr�rio ao presidente Temer, porque eu n�o estava fazendo uma op��o entre a presidente e o vice-presidente, eu estava opinando se deveria prosseguir, ou n�o, o processo. Sendo eu do PMDB e tendo uma longa conviv�ncia com o presidente Temer, eu tinha uma obriga��o de, uma vez convidado, estar � disposi��o e ajud�-lo nessa miss�o.
A chance da presidente Dilma voltar ao poder ap�s a vota��o no Senado existe?
Eu n�o acompanho o dia-a-dia desta discuss�o no Senado. Agora, ao que me parece, � remota a chance disso ocorrer, mas ressalto que n�o participo deste embate.
Interlocutores do Planalto dizem que seria importante para o pa�s chegar na Olimp�ada com a situa��o do impeachment definida. Concorda?
Quanto mais r�pido o impeachment for votado, melhor. No entanto, o Senado tem que seguir o que determina a constitui��o, a Lei do Impeachment e o seu regimento interno, isso pressup�e cumprir os prazos estabelecidos. Eu creio que, dentro dos prazos que o ordenamento jur�dico estabelece, o Senado cumprir� essa tarefa, mas n�o precisa ter a�odamento, deve ser feito dentro da legalidade.
Esse in�cio de governo Temer tem sido muito criticado. Est� havendo mais dificuldade para colocar o governo nos trilhos do que se esperava antes?
V�nhamos de uma situa��o em que o governo tinha perdido o apoio pol�tico, a presidente Dilma tinha perdido completamente a sua maioria congressual. J� no inicio da gest�o do presidente Temer, ele conseguiu recompor essa maioria congressual, aprovar a meta fiscal, n�s temos tido sucessos e vit�rias nas mat�rias do dia a dia. Na quest�o dos minist�rios, eu acho que a decis�o de se enxugar pastas � uma decis�o acertada, inclusive, o PMDB sempre defendeu isso. N�o h� dem�rito nenhum em rever determinados atos quando se tem a compreens�o de que essa revis�o ser� em benef�cio do pa�s. Pessoalmente, eu acho que o presidente Temer acertou no caso da Cultura.
Se o Temer tiver sucesso, ele � um bom nome para 2018?
Ser candidato ou n�o � uma decis�o de cunho pessoal do presidente. Evidentemente que, tendo sucesso em sua tarefa, esse sucesso ser� reconhecido pela popula��o e esse reconhecimento lhe dar� a condi��o de que, se quiser disputar, ter� essa condi��o.