S�o Paulo, 07 - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta ter�a-feira, 7, que o pedido de pris�o feito pelo procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, contra ele � desproporcional e abusivo.
Janot pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a pris�o de Renan Calheiros, do senador e ex-ministro do Planejamento do governo Temer Romero Juc� (PMDB-RR) e do ex-presidente Jos� Sarney, por tentativa de barrar a Opera��o Lava Jato. No caso de Sarney, foi pedido o uso de uma tornozeleira eletr�nica.
Renan afirmou que "est� sereno". "O presidente considera tal iniciativa, com o devido respeito, desarrazoada, desproporcional e abusiva", diz nota de sua assessoria. Renan mandou um recado velado a Janot. "Todas as institui��es est�o sujeitas ao sistema de freios e contrapesos e, portanto, ao controle de legalidade. O Senado Federal tem se comportado com a isen��o que a crise exige e atento � estabilidade institucional do Pa�s."
Nesta manh�, o Conselho de �tica se re�ne para votar o relat�rio do deputado Marcos Rog�rio (DEM-RO), que indicou cassa��o de Eduardo Cunha por quebra de decoro parlamentar.
Machado afirmou ter repassado R$ 70 milh�es a pol�ticos do PMDB. Os pedidos de pris�o j� estariam com o ministro Teori Zavascki, do STF, h� mais de uma semana.
Caso Machado n�o tivesse gravado a trama, a legisla��o seria modificada para impedir que presos pudessem firmar acordos de dela��o premiada. O instrumento vem sendo usado como chave para a descoberta de novas linhas de investiga��o desde o in�cio da opera��o, tendo exercido papel central em pedidos de inqu�ritos no STF inclusive contra o presidente do Senado.
Nas grava��es, Sarney sugere que dois advogados de sua confian�a, Cesar Asfor Rocha, ex-presidente do Superior Tribunal de Justi�a (STJ), e Eduardo Ferr�o, conversem com Teori para tentar barrar a Lava Jato na Suprema Corte.
Segundo a mat�ria do jornal carioca, para a Procuradoria-Geral da Rep�blica, est� claro que Renan, Juc� e Sarney tinham o objetivo de obstruir as investiga��es. O plano do trio seria mais amplo e grave que a tentativa executada pelo ex-senador Delc�dio Amaral (sem partido-MS), que foi preso por tentar impedir uma dela��o premiada.
Machado informou ao Minist�rio P�blico Federal que desviou cerca de R$ 70 milh�es da estatal e dividiu a quantia entre Renan, Sarney e Juc�. Os valores teriam pago o apoio pol�tico dado pelo trio para manter Machado a frente da subsidi�ria da Petrobras.
Renan, Sarney e Juc� s�o considerados pol�ticos de grande influ�ncia no Congresso. O ex-presidente da Rep�blica, mesmo sem mandato, controla bancadas na C�mara e no Senado. Juc� � um dos principais avalistas do governo Temer e, al�ado ao cargo de ministro, caiu ap�s o vazamento das escutas do ex-presidente da Transpetro em que ele sugere um "acord�o" para "estancar a sangria da Lava-Jato".
Renan indicou Machado para a presid�ncia da Transpetro em 2003, no in�cio do primeiro mandato do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. O presidente do Senado manteve o apoio para a perman�ncia dele no cargo at� o ano passado, mesmo depois da acusa��o de outro delator da Lava Jato, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, de que Machado teria recebido R$ 500 mil em propina.