Belo Horizonte, 08 - Investigado pela Pol�cia Federal no contexto da Opera��o Acr�nimo, o governador de Minas Gerais Fernando Pimentel (PT) chorou nesta quarta-feira, 8, durante inaugura��o de f�brica em Po�os de Caldas, no Sul do Estado, ao comentar o momento pol�tico que vive e citou verso do poeta Fernando Pessoa que diz: "tudo vale a pena quando a alma n�o � pequena".
Ao se despedir dos convidados para a cerim�nia, o governador relatou telefonema que recebeu da filha mais velha. "Ela disse: 'pai, voc� foi militante pol�tico desde a juventude. Foi preso pol�tico. Depois se engajou na milit�ncia partid�ria. Foi secret�rio da prefeitura (de Belo Horizonte). Vice-prefeito, prefeito, ministro, agora � governador. Mas tantas coisas agora nesse momento. Maldades, acusa��es. Mas pai, ser� que vale a pena?' Me lembrei daquele verso de Fernando Pessoa que gosto tanto. Que diz assim: 'tudo vale a pena quando a alma n�o � pequena'", disse o governador, antes de se emocionar.
A Opera��o Acr�nimo investiga suposto esquema de lavagem de dinheiro via gr�ficas para utiliza��o em campanhas pol�ticas. Um dos envolvidos, o empres�rio Benedito Oliveira, o Ben�, est� preso. Pimentel � investigado ainda por suspeitas de ter recebido recursos para favorecer a montadora CAOA no Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior, pasta que comandou de 2011 a 2014.
A Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) ofereceu den�ncia contra Pimentel ao Superior Tribunal de Justi�a (STJ). A an�lise estava a cargo do ministro Herman Benjamim mas, na sexta-feira, 3, decis�o do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, remeteu o processo para a Corte do STJ. O posicionamento atendeu a pedido da defesa do governador.
Caso a den�ncia seja aceita, Pimentel poder� ser afastado do cargo de governador. A Constitui��o mineira n�o prev� que a acusa��o tenha que passar pela Assembleia em crime comum, como � a suspeita sobre Pimentel. Por�m, a defesa do governador se remete ao artigo 86 da Constitui��o Federal, que prev� a necessidade de 2/3 da Casa para abertura de processo contra o Chefe do Poder Executivo.