Genebra, 10 - Pela primeira vez, o Minist�rio P�blico da Su��a ligou uma conta secreta no pa�s investigada no "caso Petrobras/Odebrecht" ao pagamento de gastos em "campanhas pol�ticas na Am�rica do Sul e Central". A suspeita das autoridades � de que a origem do dinheiro � criminosa. O MP su��o n�o informou quais pol�ticos ou partidos estariam ligados a essas campanhas, mas procuradores em Berna afirmam que o dinheiro depositado na conta est� bloqueado e que esses dados foram solicitados por autoridades brasileiras.
A informa��o foi passada ao jornal
O Estado de S. Paulo
em resposta a perguntas da reportagem relacionadas � not�cia de que o lobista Zwi Skornicki, apontado como operador de propinas pela Opera��o Lava Jato, fechou acordo de dela��o premiada com o Minist�rio P�blico Federal brasileiro.
Preso desde 23 de fevereiro de 2016, Zwi Skornicki repassou US$ 4,5 milh�es para a conta secreta na Su��a do marqueteiro do PT, Jo�o Santana - preso com a mulher, M�nica Moura, em Curitiba, alvos da Opera��o Acaraj�, desdobramento da Lava Jato.
"Como parte das investiga��es sobre o caso Petrobras/Odebrecht, o Escrit�rio do Procurador Geral da Su��a tamb�m ordenou o bloqueio de uma conta que era mantida por uma empresa localmente domiciliada", apontou a procuradoria em um e-mail � reportagem. "De acordo com as informa��es dispon�veis, ela (a conta) foi usada para financiar campanhas pol�ticas na Am�rica Central e na Am�rica do Sul."
Skornicki contou em dela��o que o valor de US$ 4,5 milh�es foi solicitado pelo ent�o tesoureiro do PT Jo�o Vaccari Neto "para ajudar a financiar a campanha de reelei��o de Dilma Rousseff". Segundo o MP su��o, "em rela��o � sra Dilma Rousseff, n�o existe nenhum processo criminal e nem investiga��es conduzidas em rela��o a ela".
Al�m do Brasil, a Su��a j� estabeleceu coopera��o com o Panam� no caso envolvendo recursos e pagamentos feitos pela Odebrecht. "Nesse contexto, o escrit�rio do Procurador Geral est� focando na possibilidade de que esses fundos vinham de atividades criminosas, e n�o na possibilidade de que eles possam ter sido usados de maneira ilegal", explicou a Procuradoria.
"Qualquer doa��o ilegal para campanhas eleitorais e outros objetivos pol�ticos devem ser assunto de investiga��o nos pa�ses concernidos e n�o s�o, portanto, do interesse direto das investiga��es conduzidas pelo Escrit�rio do Procurador Geral ", disse o MP.
Segundo Berna, por�m, o Brasil j� fez um pedido de coopera��o para ter acesso a esses dados e, por enquanto, a solicita��o est� sendo alvo de uma avalia��o. "As autoridades brasileiras pediram � Su��a a coopera��o para obter os dados relacionados a essa conta banc�ria", confirmou o MP em Berna. "Esse pedido por assist�ncia m�tua est� sendo atualmente processado", explicou.
Defesas
Com a informa��o de que o lobista Zwi Skornicki fechou dela��o premiada informando repasses � conta de Jo�o Santana, a defesa de Dilma Rousseff rebateu na quinta-feira, 9, "a insinua��o de que teria conhecimento de um suposto pedido de R$ 4,5 milh�es feito pelo tesoureiro do PT, Jo�o Vaccari Neto".
"� p�blico e not�rio que o tesoureiro da campanha da reelei��o foi o ex-ministro Edinho Silva. Ele � quem tratava da arrecada��o para a campanha em 2014. Todas as doa��es de empresas foram legais e est�o na presta��o de contas aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)", diz a nota.
J� a defesa de Vaccari afirmou na ocasi�o que a informa��o do delator n�o pode ser considerada. "Sem nenhuma comprova��o ou credibilidade. At� porque o sr. Vaccari era tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, jamais tendo funcionado como tesoureiro de campanha".
A Odebrecht informou que n�o iria comentar o assunto.