S�o Paulo, 10 - O juiz federal S�rgio Moro, da Opera��o Lava Jato, mandou comunicar a presidente afastada Dilma Rousseff que ela foi arrolada como testemunha de defesa do empreiteiro Marcelo Bahia Odebrecht, preso desde 19 de junho de 2015 e condenado a 19 anos e quatro meses de pris�o por corrup��o ativa, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa no esquema de propinas montado na Petrobras.
Desde fevereiro est� preso o publicit�rio Jo�o Santana, marqueteiro das campanhas de Lula (2006) e Dilma. A investiga��o revela dep�sitos de US$ 7,5 milh�es em favor do marqueteiro realizados pela Odebrecht em pleno per�odo eleitoral de 2014.
Os advogados de Odebrecht arrolaram Dilma nos autos da Opera��o Xepa, 26.ª etapa da Lava Jato.
Moro mandou expedir of�cio a Dilma solicitando a ela que responda se quer ser ouvida em audi�ncia ou que lhe sejam encaminhadas perguntas por escrito, na forma do artigo 221 do C�digo de Processo Penal.
"(Marcelo Odebrecht) Arrolou como testemunha a Exma. Sra. Presidente da Rep�blica Dilma Vana Roussef. Relativamente � ela, observo a necessidade de aplica��o do artigo 221 do C�digo de Processo Penal. Oficie-se, desde logo, em of�cio a ser subscrito pelo Ju�zo, � Exma. Sra. Presidente informando que foi arrolada como testemunha de defesa pelo acusado Marcelo Bahia Odebrecht e indagando se prefere ser ouvida em audi�ncia ou que lhe sejam encaminhadas perguntas a serem respondidas por escrito na forma do artigo 221, §1º, do C�digo de Processo Penal. Solicite-se resposta, se poss�vel, em cinco dias, j� que a a��o penal conta com acusados presos."
Em seu despacho, Moro destacou que "n�o h� falar em in�pcia da den�ncia como alegam alguns defensores".
"Apesar de extensa, � ela, ali�s, bastante simples e discrimina as raz�es de imputa��o em rela��o a cada um dos denunciados. O cerne consiste no pagamento de propinas acertadas entre a Odebrecht, agentes da Petrobras e agentes pol�ticos, para os acusados Monica Regina Cunha Moura (mulher do marqueteiro) e Jo�o Cerqueira de Santana Filho, o que teria sido feito atrav�s do assim denominado Setor de Opera��es Estruturadas da empresa e mediante entregas de valores em esp�cie ou dep�sitos em conta secreta no exterior. Valores de propinas destinados ao Partido dos Trabalhadores em decorr�ncia de contratos das Petrobras teriam sido repassados em pagamentos de servi�os de publicidade prestados � referida agremia��o pol�tica pelos acusados Monica Regina Cunha Moura e Jo�o Cerqueira de Santana Filho, cientes estes da origem e natureza criminosa dos valores."