Na dela��o mais explosiva da maior investiga��o contra corrup��o no Pa�s, o ex-presidente da Transpetro S�rgio Machado afirmou 'que o esquema il�cito de financiamento de campanha e de enriquecimento il�cito desvendado pela Lava Jato ocorre desde 1946'.
De acordo com o delator, que aponta pelo menos 25 pol�ticos - inclusive cardeais do PMDB, como Renan Calheiros, Romero Juc� e Sarney - desde aquele ano 'havia um padr�o segundo o qual os empres�rios moldavam seus or�amentos com incorpora��o do conceito de 'custo pol�tico'.
"O 'custo pol�tico' � o porcentual de qualquer rela��o contratual entre empresa privada e poder p�blico a ser destinado a propinas; que esse porcentual � de 3% no n�vel federal, de 5 a 10% no n�vel estadual e de 10 a 30% no n�vel municipal", declarou S�rgio Machado.
"Recentemente, em todos os n�veis de governos, as pessoas sa�ram desse padr�o e foram al�m, envolvendo a estrutura das empresas estatais e dos �rg�os p�blicos, o que antes n�o acontecia; que o depoente n�o deixou a Transpetro sair do "modelo tradicional."
De acordo com Machado, desde aquele ano o sistema funciona em tr�s inst�ncias.
"1) pol�ticos indicam pessoas para cargos em empresas estatais e �rg�os p�blicos e querem o maior volume poss�vel de recursos il�citos, tanto para campanhas eleitorais quanto para outras finalidades; 2) empresas querem contratos e projetos e, neles, as maiores vantagens poss�veis, inclusive por meio de aditivos contratuais 3) gestores de empresas estatais t�m duas necessidades, uma a de bem administrar a empresa e outra a de arrecadar propina para os pol�ticos que os indicaram."
S�rgio Machado foi deputado federal de 1991 a 1994 e senador de 1995 a 2002. Em 2001 ele migrou para o PMDB. O delator liderou a subsidi�ria da Petrobr�s entre 2003 e 2014 por indica��o dos cardeais peemedebistas.
O delator afirmou que, como presidente da Transpetro, administrava a empresa com duas diretrizes. "Extrair o m�ximo poss�vel de efici�ncia das empresas contratadas pela estatal, tanto em qualidade quanto em pre�o, e extrair o m�ximo poss�vel de recursos il�citos para repassar aos pol�ticos que o garantiam no cargo", disse.
Em sua dela��o, Machado apontou propina a um grupo de pelo menos 25 pol�ticos, inclusive o presidente em exerc�cio Michel Temer (PMDB).