Bras�lia, 18 - Na tentativa de segurar a base aliada, o presidente em exerc�cio, Michel Temer, est� se vendo obrigado a preencher alguns cargos de segundo e terceiro escal�es, o que s� esperava fazer ap�s a aprova��o do projeto de lei que restringe as nomea��es pol�ticas nas estatais. � o caso da Companhia Brasileira de Alimenta��o (Conab) que dever� ser liberada j� na semana que vem para o PTB.
Como esta, outras indica��es devem ser publicadas no Di�rio Oficial para tentar acalmar a base aliada no momento em que a Opera��o Lava Jato avan�a sobre o Pal�cio do Planalto e gera instabilidade pol�tica no Congresso. Irritados com a demora nas nomea��es no segundo e terceiro escal�es, deputados e senadores da base aliada prometem dificultar as vota��es na C�mara para pressionar o governo Temer a agilizar essas indica��es.
Temer tem se empenhado no atendimento n�o s� aos l�deres, mas individualmente aos parlamentares que apoiam o governo, em um gesto para tentar compensar esta insatisfa��o. No entanto, a demora na vota��o do PL das estatais no Senado atrapalha seus planos porque, a cada dia que passa, a press�o aumenta.
Uma pequena rebeli�o, contudo, j� est� sendo desenhada. Deputados prometem come�ar a atrapalhar as vota��es j� na pr�xima semana, quando est� prevista a an�lise de duas mat�rias econ�micas importantes: a medida provis�ria que amplia de 20% para 49% a participa��o de empresas estrangeiras no capital companhias a�reas brasileiras e lei que altera as regras de administra��o dos fundos de pens�o. A vota��o das propostas est� prevista para segunda e ter�a-feira (20 e 21). No resto da semana n�o haver� sess�es, por conta do acordo para as tradicionais folgas para festas juninas. Para esta primeira semana, a estrat�gia dos parlamentares insatisfeitos � faltar nos dias previstos de vota��o, para que n�o haja qu�rum suficiente.
Centr�o.
A principal reclama��o do atraso nas nomea��es vem de deputados do Centr�o - grupo de cerca de 220 parlamentares de 13 partidos liderados por PP, PSD, PR e PTB e principal base de sustenta��o de Temer na Casa. "Desde a semana passada j� h� deputados esticando a corda, n�o querendo votar as mat�rias para pressionar o governo a nomear", conta um parlamentar do PP. Segundo ele, a base est� "a ponto de explodir", pois tem sido bastante cobrada por seus aliados locais sobre as nomea��es. Deputados afirmam que a principal cobran�a tem sido pelas nomea��es de �rg�os federais nos Estados, como diretorias do Incra e Iphan. H� tamb�m cobran�as por cargos em secretarias de minist�rios e diretorias de bancos p�blicos, como Caixa Econ�mica e Banco do Brasil.
Temer est� sendo pressionado at� mesmo a fazer uma reforma ministerial para poder fazer um aceno ao Centr�o. Mas, segundo interlocutores, a ideia do presidente em exerc�cio � s� promover mudan�as na Esplanada caso Dilma Rousseff seja definitivamente afastada da Presid�ncia da Rep�blica.
Al�m da press�o dos parlamentares, Temer ainda enfrenta in�meros problemas pol�ticos por conta das dela��es envolvendo ele mesmo e a figuras importantes de seu partido, que acabou levando � queda de Henrique Eduardo Alves do Minist�rio do Turismo na quarta-feira (15). Para n�o ficar ref�m da crise, Temer tenta montar uma agenda positiva, que inclui viagens pelo Pa�s.
Antes, na segunda-feira (20), por exemplo, o presidente em exerc�cio se re�ne com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para tratar da Agenda Brasil. Ao mesmo tempo, marcou a reuni�o com governadores para tentar destravar a quest�o dos d�vidas dos Estados. Como a crise pol�tica est� fora do seu controle, o presidente em exerc�cio est� focando em duas frentes: a economia e a social, para tentar resgatar confian�a do mercado e da popula��o.