Brasilia, 18 - O Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) pretende ampliar o n�mero de respons�veis por preju�zos na compra da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). A �rea t�cnica da corte concluiu que, al�m dos 14 ex-dirigentes da Petrobras j� implicados, outros executivos tiveram participa��o no neg�cio, considerado um dos piores j� feitos pela estatal. Delatores da Opera��o Lava Jato revelaram que houve pagamento de propina na transa��o.
A inclus�o de novos nomes foi discutida nos �ltimos dias por auditores destacados para analisar a compra da refinaria. Ao menos mais quatro pessoas devem passar a responder �s tomadas de contas especiais em curso, entre elas o ex-gerente de Intelig�ncia de Mercado da �rea Internacional, Rafael Mauro Comino. Ele foi um dos alvos da 20� fase da Lava Jato, deflagrada em novembro, cujo objetivo foi aprofundar as investiga��es sobre o esquema de corrup��o na aquisi��o da Pasadena.
Fora ex-dirigentes da Petrobras, o TCU tamb�m mira representantes do grupo belga Astra, que vendeu os ativos para a estatal brasileira.
O tribunal concluiu em 2014 que houve dano ao er�rio de US$ 792 milh�es na compra de Pasadena, feita em duas etapas - uma em 2006 e outra em 2012. Na ocasi�o, os auditores entenderam que 14 executivos deram causa �s perdas, determinando que eles respondessem �s tomadas de contas - processos que visam ao ressarcimento.
Dez deles est�o com os bens bloqueados, incluindo o ex-presidente da Petrobras Jos� S�rgio Gabrielli e os ex-diretores Paulo Roberto Costa (Abastecimento), Nestor Cerver� e Renato Duque (Servi�os).
A previs�o � de que o ministro Vital do R�go, relator dos processos, pe�a ao plen�rio que tamb�m aprove a indisponibilidade dos bens dos novos respons�veis, o que deve ocorrer nas pr�ximas semanas. Antes disso, no entanto, a corte precisa apreciar embargos de alguns dos ex-dirigentes que est�o sendo processados.
O TCU tamb�m avalia eventual responsabiliza��o de ex-conselheiros de Administra��o da Petrobras, entre eles a presidente afastada Dilma Rousseff. Auditores afirmam que n�o h�, por ora, consenso a respeito.
A reportagem revelou em 2014 que a presidente Dilma deu aval � compra dos primeiros 50% da refinaria, em 2006. Na �poca, ela era ministra da Casa Civil e chefe do Conselho de Administra��o da Petrobras. Em nota ao jornal, a presidente justificou que se baseou num parecer falho, elaborado por Cerver�, que omitia cl�usulas prejudiciais do neg�cio. Do contr�rio, assegurou, n�o votaria a favor. O ex-diretor, preso na Lava Jato, � hoje um dos delatores da opera��o.
A reportagem n�o localizou Rafael Comino e representantes do grupo Astra.