O presidente em exerc�cio, Michel Temer, afirmou na manh� desta quarta-feira que n�o acredita que a discuss�o sobre o impeachment do Procurador da Rep�blica, Rodrigo Janot, deva ser levada adiante.
"Eu acho que realmente n�o vale a pena", disse. Temer disse ainda que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), arquivou cinco pedidos de impeachment do procurador. "Se n�o me engano esse � o sexto e que eu tenho a sensa��o de que n�o ir� adiante", afirmou em entrevista � r�dio Jovem Pan.
Indagado sobre quem estaria com a raz�o, Temer, que tamb�m � do PMDB, disse que "� muito complicado qualquer palpite". "Sob o �ngulo pessoal, acho que o procurador fez o papel dele, n�o sei quais s�o as raz�es que ele estar� possivelmente motivado com os depoimentos. E o ministro Teori tamb�m fez o seu papel do meu ponto de vista tamb�m adequadamente. Ele entendeu que n�o era o caso de neste momento decretar a pris�o", disse.
Para Temer, ao longo do tempo as institui��es no Brasil foram enfraquecidas e � preciso reconstitucionalizar o pa�s. "E enaltecer as atividades das institui��es estaremos aprimorando essa tentativa de reconstitucionalizar", disse.
Ao ser questionado sobre as afirma��es de Janot de que ele pudesse estar interferindo na Opera��o Lava Jato por meio de uma "conspira��o", Temer disse o procurador se baseou na dela��o do ex-presidente da Transpetro S�rgio Machado e que aquilo n�o � necessariamente uma convic��o de Janot. "Janot faz esse racioc�nio tendo em vista as afirma��es do S�rgio Machado", disse.
Temer disse ainda que "reiteradamente, ao contr�rio de desprestigiar a Lava Jato eu tenho apoiado". "Eu tenho muita convic��o da import�ncia de cada fun��o do Estado. A minha pergunta � o seguinte: o Poder Executivo poderia interferir no Poder Judici�rio? zero chance", afirmou.
Segundo Temer, essa interfer�ncia n�o � poss�vel pelo respeito �s institui��es. "Jamais permitiria que eu ou algu�m do governo pudesse interferir nessa mat�ria", afirmou. Segundo o presidente em exerc�cio, as investiga��es da Lava Jato continuam normalmente.
Avan�os importantes
Michel Temer afirmou tamb�m que a sua interinidade "acaba criando alguns problemas, algumas instabilidades", mas que tem se comportado como se fosse um presidente j� efetivado. "Por uma raz�o que o que est� em pauta n�o � o presidente A ou B, o que est� em pauta � o Pa�s", disse. "O Pa�s n�o pode parar."
Temer afirmou que seu governo, mesmo com poucos dias no comando, j� conseguiu "alguns avan�os importantes no Congresso". Segundo ele, esses avan�os s�o consequ�ncia "em primeiro lugar por compreens�o da sociedade e por conta do apoio significativo que conseguimos do Congresso".
Temer disse que est� aguardando "respeitosamente a decis�o o Senado Federal" sobre a defini��o do processo de impeachment, mas j� est� tomando provid�ncias para tirar o Pa�s da crise.
Ele citou a extin��o e 4,2 mil cargos e a elimina��o de 10 mil fun��es gratificadas. "� uma tentativa de reduzir o quanto seja poss�vel os gastos p�blicos", explicou.
O presidente citou uma entrevista que deu ontem ao jornal Washington Post , que deve ser veiculada no domingo, 26, e disse que verificou que os norte-americanos t�m "grande esperan�a e j� h� uma credibilidade nova no Brasil".
"Mas � claro que a pergunta sempre se p�e desta maneira: o que vai acontecer em agosto?". "Isso desestabiliza um pouco, mas volto a dizer que n�o � imposs�vel governar e depois de agosto as coisas ficam mais consolidadas para tomar muitas outras provid�ncias", afirmou.
Segundo ele, essa d�vida dos investidores em rela��o ao futuro pol�tico do Brasil demonstra que o aspecto pol�tico � importante para a recupera��o a economia. "A economia est� vinculada � pacifica��o pol�tica", avaliou.
Base consolidada
O presidente em exerc�cio afirmou na entrevista � r�dio paulistana que as perspectivas em termos da aprova��o do projeto que limita os gastos no governo � positiva, em raz�o da base "muito consolidada" que o seu governo possui no Congresso.
"Hoje n�s temos uma base, convenhamos, que h� muito tempo n�o se verificava", afirmou, citando a r�pida aprova��o do projeto de Desvincula��o de Receitas da Uni�o (DRU).
Temer falou ainda do projeto de limita��o do teto de gastos e refor�ou que ele n�o valer� apenas para a Uni�o, mas tamb�m para os Estados, como ficou acertado no acordo de renegocia��o de d�vidas. "Essa base s�lida est� disposta a partilhar conosco a tentativa de tirar o Pa�s da crise", afirmou. "Quando apresentamos a proposta do teto dos gastos ela foi muito bem recebida", completou.
O peemedebista disse ainda que a quest�o da reforma da Previd�ncia "e outras tantas medidas" complementares ser�o necess�rias para ajudar na retomada da economia. "J� estamos estudando a quest�o da reforma da Previd�ncia, dialogando com as centrais sindicais para encontrarmos os termos harmoniosos para fazer uma reforma previdenci�ria, que � uma complementa��o �s medidas de conten��o de gastos".