
O presidente em exerc�cio, Michel Temer, afirmou ontem que n�o houve golpe de Estado no pa�s e muito menos trai��o: "N�o tra� ningu�m. O que houve foi um processo de impedimento". Em falou dos desafios de sua interinidade e de um poss�vel governo efetivo, caso o impeachment de Dilma Rousseff seja aprovado no Senado, sustentando que fez muito em pouco tempo, como o destravamento da pauta pol�tica, com a aprova��o da meta fiscal, e o acordo com governadores para quita��o das d�vidas dos estados. Em entrevista � GloboNews, ele tamb�m criticou a proposta de elei��es este ano e que n�o pretende ser candidato a presidente em 2018.
Temer tra�ou um cen�rio otimista para um eventual governo de dois anos e meio. “Imagine se, ao final do per�odo, em vez de 12 milh�es, tivermos apenas 500 mil desempregados”, disse, apontando um n�mero de dar inveja aos pa�ses desenvolvidos, apesar da tend�ncia de a quantidade de desocupados continuar crescendo at� o fim do ano. Ele afirmou tamb�m que tem percebido interesse do capital estrangeiro pelo pa�s, por isso acredita na volta dos investimentos externos a partir do retorno da confian�a. Segundo ele, o discurso do golpe vem perdendo for�a na imprensa internacional e a Olimp�ada do Rio ser� um teste para a saia-justa entre ele e a presidente afastada Dilma Rousseff, que estar�o presentes.
Sobre elei��es, Temer disse ser favor�vel �s doa��es de empresas para as campanhas desde que sejam endere�adas a um �nico partido pol�tico. “As doa��es foram criminalizadas, algumas podem ter sido il�citas, mas, a maior parte, acredito que n�o.” As novas regras, que pro�bem a doa��o de empresas, ser�o testadas no pleito municipal deste ano, segundo ele, que voltou a afirmar ser contr�rio a um plebiscito agora para discutir elei��es este ano e que n�o ser� candidato daqui a dois anos.
Quanto � Opera��o Lava-Jato, que investiga o esquema de corrup��o na Petrobras, o presidente em exerc�cio disse que nunca pediu dinheiro para o ent�o candidato Gabriel Chalita, como foi apontado pelo ex-presidente da Transpetro S�rgio Machado em dela��o premiada. Ele negou qualquer pedido de propina e disse que n�o vai mover processo contra ele: “N�o converso para baixo, n�o darei esse valor a ele.” Afirmou que tem prest�gio junto ao empresariado e que n�o precisaria recorrer a Machado para pedir ajuda.
DILMA O presidente em exerc�cio afirmou tamb�m que suas rela��es com Dilma sempre foram protocolares e que no in�cio do segundo mandato disse a ela que ele que havia sido apenas um vice decorativo at� ent�o e que o PMDB, seu partido que deu sustenta��o ao governo petista, havia reclamado maior participa��o nas decis�es. Mas que a presidente ignorou o alerta, que culminou na carta escrita por ele � petista. “Meu trato com ela sempre foi bom, mas muito cerimonioso. Houve diverg�ncia na quest�o pol�tica. Ela aprecia mais as quest�es t�cnicas do que o relacionamento pol�tico. Algumas decis�es dela foram equivocadas e outras n�o solucionadas, como a quest�o da Federa��o (pacto federativo)”, afirmou. Temer garantiu tamb�m que vai manter o programa Bolsa-Fam�lia, mas que o governo far� o acompanhamento para que as fam�lias garantam a frequ�ncia das crian�as na escola.
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Dilma e Lula em agenda
A for�a-tarefa da Opera��o Lava-Jato apreendeu na casa de um funcion�rio da OAS uma agenda com o registro das reuni�es, almo�os e jantares com pol�ticos, do presidente da empreiteira, Jos� Aldem�rio Pinheiro, o L�o Pinheiro. S�o encontros, a maior parte deles em hot�is de Bras�lia, com o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, com os ex-ministros Jos� Dirceu e Gilberto Carvalho e com o ex-assessor da presidente Dilma Charles Capela de Abreu, todos investigados pela Procuradoria da Rep�blica. A agenda foi encontrada em 14 de abril, nas buscas que tinham como alvo o funcion�rio da OAS Marcos Paulo Ramalho, secret�rio de L�o Pinheiro. Nas anota��es, h� registros ainda de encontros com parlamentares como Rodrigo Maia e Jutahy Magalh�es - alvos de pedidos de investiga��o do procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot.
Nomea��o para estatais
O Senado desfez mudan�as aprovadas pela C�mara ao aprovar ontem a nova Lei das Estatais, que pro�be a indica��o imediata de dirigentes partid�rios e sindicais para cargos de diretorias de estatais. Pelo texto aprovado pelos deputados na semana passada, o indicado apenas precisaria renunciar ao posto no partido para assumir o novo cargo. Agora, volta a reda��o inicial, com a exig�ncia de uma car�ncia de tr�s anos entre a atividade partid�ria do indicado e a nomea��o. O texto, aprovado em vota��o simb�lica que durou menos de 10 minutos no plen�rio, segue agora para san��o presidencial. O relator Tasso Jereissati (PSDB-CE) disse que mudan�as propostas pela C�mara comprometiam o car�ter proposto pelo projeto. "Algumas dessas emendas, em lugar de aperfei�oar o texto, garantiriam a continuidade de situa��es que o projeto teve o claro objetivo de coibir", disse. A possibilidade de indica��es pol�ticas foi o centro do debate sobre as causas do esc�ndalo de corrup��o na Petrobras, por exemplo.
Simples ampliado
O Senado aprovou ontem, o texto-base do projeto que amplia o Supersimples, sistema diferenciado de tributa��o para micro e pequenas empresas. Antes que todas as emendas fossem votadas, a sess�o no plen�rio foi encerrada. Com isso, os senadores ainda precisar�o concluir a vota��o do texto. Pela proposta, o limite de faturamento para que a empresa seja enquadrada na faixa de microempreendedora individual (MEI) ser� ampliado de R$ 60 mil para R$ 72 mil ao ano. Para as micro e pequenas empresas, esse teto crescer� de R$ 3,6 milh�es para R$ 4,8 milh�es ao ano.