Dallagnol: A puni��o da corrup��o no Pa�s � uma piada de mau gosto

Bras�lia, 22 - Procurador da Rep�blica que coordena as investiga��es da Opera��o Lava Jato, Deltan Dallagnol disse na manh� desta quarta-feira, 22, que o sistema de combate � corrup��o no Pa�s � leniente, n�o funciona, incentiva a pr�tica e s� pune os mais pobres. "A puni��o da corrup��o � uma piada e uma piada de mau gosto", disse o procurador, que fez um apelo para que o Congresso se reaproxime da sociedade.

Dallagnol participa nesta quarta-feira de uma comiss�o geral, uma reuni�o no plen�rio principal da C�mara dos Deputados destinada a debater as 10 medidas de combate � corrup��o formulada em projeto de lei que tramita na Casa. O conjunto de propostas que comp�em o projeto de lei estabelece medidas contra a corrup��o e demais crimes contra o patrim�nio p�blico e combate o enriquecimento il�cito de agentes p�blicos.

Em seu discurso, o procurador disse que a corrup��o mata. "O para�so de impunidade � um para�so de corrup��o", declarou. Dallagnol disse que as medidas propostas visam desincentivar as pr�ticas de corrup��o, mas que elas s� entrar�o em pr�tica ap�s a aprova��o pelo Parlamento, portanto n�o dever� ser aplicada nos casos investigados atualmente. "A corrup��o � apartid�ria no Brasil", enfatizou.

Dallagnol deu um recado aos parlamentares e disse que o Congresso tem em m�os a "oportunidade de ouro" para se reaproximar da sociedade. "� preciso que a sociedade reconhe�a que nem todo pol�tico � corrupto", afirmou. O procurador observou que o Pa�s perde R$ 200 bilh�es com desvios de corrup��o, disse que s� 3% dos casos s�o punidos e defendeu que o dinheiro p�blico volte para os servi�os essenciais. Ao final, ele foi aplaudido em p� pela plateia em plen�rio.

Na semana passada, o presidente interino da C�mara, deputado Waldir Maranh�o (PP-MA), assinou a cria��o de uma comiss�o especial para analisar o pacote proposto por integrantes do Minist�rio P�blico Federal. Maranh�o, que � investigado na Lava Jato, n�o compareceu � sess�o e enviou uma mensagem.

A comiss�o especial tem 30 integrantes e s� 11 foram indicados pelos partidos at� agora. Quando finalizar os trabalhos, o projeto de lei seguir� para vota��o no plen�rio.

Em mar�o, o grupo entregou de forma simb�lica ao Congresso mais de 2 milh�es de assinaturas de apoio ao projeto. Entre as propostas est�o as que incluem mecanismos para dar mais transpar�ncia ao Judici�rio e ao MP. H� uma proposta que torna crime o enriquecimento il�cito por parte de agentes p�blicos e outra para aumentar as penas para crimes de corrup��o, que tamb�m se tornaria hediondo. Outra proposta reduz o n�mero de recursos poss�veis em processo penal e ainda acelera a��es de improbidade administrativa.

O procurador veio em um dia esvaziado, com pouco mais de 60 parlamentares na Casa, devido a uma semana mais curta por causa das festas juninas.