Bras�lia, 22 - O presidente em exerc�cio, Michel Temer (PMDB), afirmou nesta quarta-feira, 22, em entrevista � r�dio Jovem Pan de S�o Paulo que � "uma inverdade grave" dizer que seu governo vai acabar com os programas sociais implementados pelo governo da presidente afastada Dilma Rousseff (PT). "Nessa quest�o eu n�o fico s� nas palavras, eu fico na a��o", afirmou Temer, citando a cria��o de 75 mil vagas no Fies, anunciada na semana passada.
Segundo Temer, enquanto houver pobreza extrema no Pa�s, ser� preciso manter programas como o Bolsa Fam�lia. "O Minha Casa Minha Vida, que tamb�m � um programa exitoso, n�s vamos manter e j� estamos providenciando o desenvolvimento", complementou.
O presidente em exerc�cio citou ainda a ideia de lan�ar um "cheque reforma", que vai dar at� R$ 5 mil patrocinados pelo poder p�blico aos benefici�rios do Bolsa Fam�lia. O projeto, ainda embrion�rio, entretanto, s� deve ser lan�ado em 2017.
Durante a entrevista, o peemedebista tamb�m afirmou que o principal problema do Pa�s est� na quest�o do emprego e que este � um importante direito dos brasileiros. "Estamos incentivando investimentos da iniciativa privada e incentivando os investimentos voc� incentiva o emprego, e isso � o melhor dos direitos sociais", afirmou.
"Uma das coisas mais desagrad�veis � circular por a� desempregado. N�o h� essa coisa de eliminar direitos sociais, h� um conjunto de medidas de ampli�-los, especialmente no tocante ao emprego", pontuou.
Venda de ativos
Temer afirmou, ainda, que com o acordo de renegocia��o de d�vidas dos Estados houve "um respiro" para os cofres estaduais, mas outras medidas, como venda de ativos, podem vir.
Segundo ele, o governo est� verificando a quest�o das privatiza��es "especialmente n�o s� da Uni�o, mas tamb�m esperando dos Estados". "Porque n�o � poss�vel que eles continuem na situa��o que eles est�o", afirmou. "N�s demos agora, convenhamos, uma esp�cie de um respiro muito acentuado, mas uma das medidas talvez, vendas de ativos, para que os Estados se recuperem".
Na entrevista, Temer falou ainda de que o governo est� estudando a quest�o de concess�es e que elas t�m que passar por um processo de muita adequa��o jur�dica. "Muitas vezes, o Tribunal de Contas tem se oposto �s medidas que o governo tomou no passado, ent�o estamos tomando muito cuidado com isso. "Mas elas v�o se processar o mais r�pido poss�vel", disse.
Temer comentou ainda que em rela��o �s d�vidas de alguns Estados com o BNDES por conta da Copa do Mundo est�o faltando "apenas" estudos de natureza jur�dica. "Esse assunto foi levantado na reuni�o de governadores e havia alguns impedimentos jur�dicos", afirmou. Segundo ele, esses estudos est�o avan�ados. "Essa solu��o federativa que n�s demos � extremamente �til para os Estados".
O presidente disse tamb�m que o governo est� tentando restabelecer "a confian�a, pois (isso) gera esperan�a". Ele afirmou que estudou um pronunciamento em rede nacional de r�dio e TV, mas deve tomar a medida somente ap�s a conclus�o do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
"Vamos esperar, mas vamos fazer e dizer como encontramos o Pa�s, porque n�o foi f�cil", afirmou, ressaltando que, no curto prazo, � poss�vel ter esperan�a de que os brasileiros se pacifiquem nas rela��es e que sua segunda esperan�a � melhorar a economia.
Cunha
O presidente em exerc�cio disse na entrevista que tomar� "muito cuidado" com qualquer interfer�ncia em assuntos da C�mara em rela��o a sucess�o do presidente afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "Solu��o � t�pica da C�mara dos Deputados, mas tenho pedido que haja uma �nica candidatura da base", afirmou.
Temer afirmou que tem dito que n�o � �til rachar a base nem para a C�mara nem para o governo. "Vamos trabalhar, quando indagados, nesta dire��o", completou. Para o presidente em exerc�cio, a quest�o da sucess�o de Cunha na C�mara deve ser solucionada com a maior rapidez.
Temer disse que os l�deres da base aliada t�m trabalhado por conta pr�pria para aprovar as mat�rias e citou a lei das estatais como exemplo de empenho do Congresso. "Quero ver se sanciono hoje (a lei das estatais) para come�ar a nomear e, logo mais, a quest�o dos fundos de pens�o, que � um projeto de lei moralizador."
Ministros
Questionado se receia perder mais ministros, depois do pedido de demiss�o de tr�s membros de alto escal�o que foram citados na Lava Jato, Temer afirmou que n�o. "Os que ca�ram, at� porque pediram demiss�o, eles tinham um sentido de colabora��o", afirmou.
Para Temer, � preciso tomar cuidado com o car�ter condenat�rio das dela��es. "Nos �ltimos tempos se algu�m � delatado j� est� condenado", afirmou. "Acho que n�o teremos mais problemas, e o importante � que isso n�o pode atrapalhar nem a governabilidade, nem a cren�a no Pa�s.
Venezuela
Na entrevista, Temer foi questionado sobre o que acha da situa��o da Venezuela. "A situa��o n�o � boa, estou dizendo o �bvio", afirmou. Segundo o presidente em exerc�cio, ele determinou ao ministro de Rela��es Exteriores, Jos� Serra, para que mande rem�dios ao pa�s. "
A preocupa��o � muito grande. Espero que a Venezuela n�o recuse", disse. O pa�s comandado por Nicol�s Maduro passa por uma grave crise econ�mica e de abastecimento e apoia o governo da presidente afastada Dilma Rousseff.