
Em entrevista ao jornal espanhol El Pa�s, publicada nesta quinta-feira, a presidente afastada Dilma Rousseff acenou mais uma vez com a possibilidade de realizar um plebiscito caso retorne ao governo. "N�o estou dizendo que, se voltar, vai haver uma consulta popular. Estou dizendo que, para que haja uma consulta popular, � preciso que eu volte. Porque o meu mandato � leg�timo. E o dele (Michel Temer) n�o �", disse a petista ao jornalista Antonio Jim�nez Barca, em conversa no Pal�cio do Alvorada.
Sobre a necessidade de convencer senadores a votar contra o impeachment, Dilma afirmou que tem usado o debate para conseguir retornar ao comando do governo. "N�o � s� o impeachment. � a hist�ria. A hist�ria est� sendo registrada. O sistema pol�tico brasileiro est� em colapso: o presidente da C�mara, Eduardo Cunha, est� afastado do cargo. O procurador-geral pediu para prender o presidente do Senado, Renan Calheiros. Minha volta tem a ver com meu mandato, mas tamb�m com a reconstru��o da democracia no Brasil", disse.
Se conseguir voltar ao governo, Dilma garante que n�o far� mais acordos com a coaliz�o liderada pelo PMDB. "Isso acabou no Pa�s. Se voltar, tenho de pensar em como entregar o Brasil ao novo presidente eleito. Teremos que discutir se � poss�vel governar com 35 partidos, se � poss�vel governar sem fazer uma reforma pol�tica antes", afirmou.
A presidente tamb�m criticou as recentes quedas de ministros no governo de Michel Temer e avaliou o comportamento dos mercados como um sinal de baixo otimismo com o Pa�s. "Eu acho que os mercados s�o bastante realistas, e at� agora n�o mostraram nenhuma euforia. Este governo tem tr�s ministros que j� ca�ram e algum outro engatilhado. E todos pelo mesmo motivo: a corrup��o. E isso coloca o governo em uma situa��o complicada. � um governo que se diz de salva��o nacional, mas, na realidade, � de salve-se quem puder", disse.