Bras�lia, 23 - O l�der do PSDB no Senado, C�ssio Cunha Lima (PB), criticou a a��o da Pol�cia Federal, que prendeu o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). A Opera��o Custo Brasil, um desdobramento da Lava Jato, fez busca e apreens�o no apartamento funcional de Gleisi em Bras�lia.
"� um abuso. Um juiz de primeiro grau n�o tem autoriza��o para busca e apreens�o no apartamento funcional de uma senadora. S� quem poderia autorizar essa a��o � o Supremo", afirmou Cunha Lima, que � advogado de forma��o, em refer�ncia ao Supremo Tribunal Federal (STF), a mais alta Corte do Pa�s.
O senador confirmou que conversou com Lindbergh Farias (PT-RJ), um dos principais porta-vozes do PT no Senado, antes do in�cio da sess�o da comiss�o especial do impeachment nesta manh�. Durante a reuni�o, que j� dura mais de quatro horas, ningu�m fez qualquer coment�rio a respeito da a��o da PF que atingiu a senadora e o PT.
"� um constrangimento. Por mais que o embate pol�tico seja duro, h� uma fam�lia por tr�s disso. N�o h� motivo para tripudiar, n�o tenho raz�o para soltar fogos pela pris�o de ningu�m. H� um limite de embate pol�tico e de respeito � pessoa humana", afirmou C�ssio.
O senador relembrou que, apesar das cr�ticas, tamb�m foi contr�rio � condu��o coercitiva do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e ao vazamento das grava��es entre Lula e a presidente afastada Dilma Rousseff, que intensificaram os movimentos pr�-impeachment.
Acordo
O tucano negou qualquer pacto de n�o-agress�o entre os partidos no Senado ap�s a a��o da Pol�cia Federal. O PSDB tamb�m foi atingido ontem com a divulga��o de um v�deo em que o ex-presidente do partido, S�rgio Guerra, negociava pagamento de propina para encerrar a CPI da Petrobras.
"N�o houve nada combinado. Apesar de pol�ticos, somos gente. � preciso ter o m�nimo de compreens�o com a dor alheia. O sil�ncio dos senadores � um sil�ncio respeitoso", disse.
O tucano aproveitou para rebater as declara��es de Lindbergh que, mais cedo, disse que a motiva��o da a��o da PF era pol�tica e que estranhava o fato de ter acontecido em seguida ao caso S�rgio Guerra.
"Essas teorias conspirat�rias s� demonstram o grau de deslocamento da realidade. O PT faz com essas opera��es se transformem em chiclete e escolhem de que lado v�o morder. Eles afirmam que a a��o � correta ou pol�tica quando conv�m", acusou.