Bras�lia, 27 - Os senadores na Comiss�o Especial do Impeachment usaram o resultado da per�cia do processo, divulgada nesta segunda-feira, 27, por uma junta de t�cnicos do Senado, para defender seus interesses pol�ticos, fossem a favor ou contr�rios � inoc�ncia da presidente afastada Dilma Rousseff.
Tanto parlamentares da base aliada do presidente em exerc�cio Michel Temer, quanto senadores da tropa de choque de Dilma comentaram o resultado da per�cia, destacando ou omitindo aquilo que convinha aos seus argumentos pol�ticos.
De modo geral, a per�cia se demonstrou positiva para a defesa de Dilma, j� que os t�cnicos isentaram a presidente afastada da autoria das opera��es de cr�dito relacionadas ao Plano Safra, as chamadas "pedaladas fiscais". Os petistas aproveitaram esse resultado para defender a presidente. Tanto o ex-l�der do governo Dilma, Humberto Costa (PT-PE), como os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), F�tima Bezerra (PT-RN) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) destacaram esse aspecto da per�cia.
"Para se caracterizar um crime de responsabilidade de um presidente da Rep�blica, � necess�rio que haja sua participa��o direta. Mas quando vem um parecer e afirma claramente que n�o h� participa��o direta da presidente no Plano Safra, essa den�ncia que j� era fr�gil, se torna um pretexto para afastar uma presidente eleita pelo povo", afirmou Costa.
Os senadores tamb�m fizeram quest�o de lembrar que a per�cia foi realizada � revelia dos aliados de Temer, que votaram contra o procedimento na Comiss�o do Impeachment, e foram derrotados por decis�o do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).
Por outro lado, senadores da base de Temer, como C�ssio Cunha Lima (PSDB-PB), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Jos� Medeiros (PSD-MT), usaram trechos da per�cia que desfavorecem Dilma. O laudo aponta que a presidente afastada � a respons�vel pela edi��o de decretos de cr�ditos suplementares e que tr�s dos quatro decretos analisados no processo tiveram efeito negativo sobre a meta fiscal.
"A per�cia era um instrumento da defesa e passa a ser ferramenta da acusa��o. Fica caracterizado o crime de responsabilidade com rela��o aos decretos de cr�dito, suprimindo as prerrogativas do Congresso, e tamb�m a per�cia cont�bil confirma que as chamadas pedaladas fiscais foram empr�stimos banc�rios, inclusive com caracteriza��o do pagamento de juros e n�o entra na autoria por n�o ser objeto da per�cia", disse o l�der do PSDB, C�ssio Cunha Lima (PSDB-PB), argumentando que o documento se tornou uma pe�a favor�vel � acusa��o.
Ricardo Ferra�o (PSDB-ES) defendeu que a comiss�o partisse direto para a vota��o da culpabilidade da presidente, alegando que a per�cia � clara quanto aos crimes de Dilma. "Os fatos revelados pela per�cia permitem que a gente v� direto para a conclus�o dos nossos trabalhos. Est� mais do que evidente agora quais os crimes cometidos pela presidente", argumentou.