
S�o Paulo - O presidente interino Michel Temer disse na manh� desta segunda-feira que "em determinado momento" o governo ir� tomar medidas impopulares e que n�o teme fazer isso porque n�o tem pretens�o eleitoral e se contenta em "colocar o pa�s nos trilhos.
"A partir de um certo momento, tomaremos medidas, digamos assim, impopulares. As pessoas me perguntam se temo propor medidas impopulares. Digo, n�o, porque meu objetivo n�o � eleitoral. Se eu ficar 2 anos e meio, se eu ficar dois anos e meio, e conseguir colocar o Brasil nos trilhos n�o quero mais nada da vida p�blica", disse ele em seu discurso na abertura principal encontro de agroneg�cio do pa�s, do Global Global Agrobusiness F�rum, realizado em um hotel em S�o Paulo.
A cerim�nia de abertura do principal evento de agroneg�cio do Brasil se transformou em um ato de apoio ao governo interino Temer. Presente ao evento em sua primeira agenda p�blica no Estado desde que assumiu provisoriamente o governo, Temer recebeu um manifesto de apoio assinado por 45 entidades, entre elas a CNA (Confedera��o Nacional da Agricultura.
No manifesto, lido em voz alta e entregue em m�os ao presidente interino, as entidades afirmam que a gest�o Temer tem "legitimidade constitucional e conta com o comprometimento de uma equipe econ�mica competente". "Confiamos que a lideran�a do presidente Michel Temer ser� capaz de pacificar e unificar todos os brasileiros para que seja poss�vel construirmos um novo amanh� para o nosso pa�s".
Ao receber o texto impresso, Temer citou a frase em latim "Verba volant, scripta manent" (As palavras voam, os escritos permanecem) que abria a carta enviada por ele � presidente Dilma Rousseff em dezembro do ano passado, que marcou o afastamento entre o ent�o vice e titular.
"Volto a citar a express�o que usei antes. "Verba volant, scripta manent", As palavras voam, os escritos permanecem", disse ele, afirmando que iria enquadrar e pregar o manifesto na parede.
Em seu discurso, Temer agradeceu o apoio afirmando que contava com o setor da agricultura para "colocar o pa�s nos trilhos". Segundo ele, a presen�a de correspondentes estrangeiros no evento contribuiria para que chegasse ao exterior a not�cia de que o pa�s "estava se pacificando.
Agricultura
Temer ainda fez um afago ao setor creditando sua chegada � presid�ncia interina � agricultura. Temer iniciou sua fala afirmando que sua fam�lia, quando chegou ao Brasil, se instalou em uma propriedade rural em Tiet� (SP), onde o trabalho possibilitou que ele e seus irm�os pudessem estudar em um curso superior. "Por isso digo que devo minha posi��o hoje de presidente em exerc�cio � agricultura brasileira", afirmou.
Em 22 minutos de discurso, o presidente interino disse que "apanhou" o Brasil "em um momento muito dif�cil" e que em pouco tempo j� tomou medidas para colocar "o pa�s nos trilhos". "Em pouqu�ssimo tempo, conseguimos aprovar mat�rias que dormitavam h� mais de 10 meses", disse.
Ele citou como exemplo a aprova��o da DRU (desvincula��o das receitas da Uni�o), chamada pelo presidente interino equivocadamente de Desvincula��o das Receitas do Or�amento, e a negocia��o com os governadores em torno das d�vidas dos estados.
O evento contou com a presen�a do ministro da Agricultura, Blairo Maggi e dos governadores Geraldo Alckmin (S�o Paulo) e Pedro Taques (Mato Grosso), al�m de deputados federais, entre eles Marcos Montes (MG), presidente da Frente Parlamentar pela Agricultura.
Ao discursar, Alckmin manteve o tom do evento e manifestou publicamente apoio ao governo interino de Michel Temer. "O destino colocou sobre suas m�os o grande desafio de retomar a primavera da democracia, do desenvolvimento e da paz. Conte conosco", disse o tucano.