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Estado de Minas

�udios revelam atua��o de ex-funcion�rios em investiga��o na Eletronuclear


postado em 08/07/2016 10:07 / atualizado em 08/07/2016 12:17

Rio de janeiro - O ex-superintendente de constru��o da Eletronuclear Jos� Eduardo Brayner Costa Mattos, e Luiz Messias, ex-superintendente de gerenciamento de empreendimentos, presos na quarta-feira. 6, na Opera��o Pripyat, foram interceptados em liga��es telef�nicas as quais o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso. Os �udios revelam que os dois funcion�rios da estatal montaram uma esp�cie de quartel general em uma empresa contratada pela Eletronuclear ap�s o afastamento de suas atividades.

Al�m dos dois, outras oito pessoas foram presas durante a opera��o de quarta-feira, dia 6, entre elas o vice-almirante reformado Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, que j� havia sido preso pela Lava Jato no ano passado e estava em pris�o domiciliar desde dezembro.

A Opera��o Pripyat, desdobramento da Lava Jato no Rio, investiga o pagamento de propina que podem chegar a mais de R$ 48 milh�es nas obras da Usina Nuclear Angra 3, investimento de R$ 17 bilh�es no litoral sul do Rio.

As escutas mostram que, com ajuda de funcion�rios, Costa Mattos e Messias faziam um pente-fino nas respostas que seriam enviadas por suas equipes ao Tribunal de Contas da Uni�o (TCU), interferindo em documentos internos da estatal. O posicionamento para o TCU ocorreu em face a irregularidades apontadas pelo �rg�o na constru��o de Angra 3.

Costa Mattos teve acesso bloqueado a suas salas na Eletrobras e Angra 3, mas um dia ap�s seu afastamento foi interceptada liga��o telef�nica com seu motorista, tratado como "Borel", na qual ele afirma que estava retirando uma pasta e um computador da Eletronuclear. "Vou descer e pegar o computador e minha pasta", disse. Depois fala: "Quando voc� estiver na garagem, me avisa que eu des�o e pego. Eu vou s� pegar o computador e minha bolsa, o resto deixo l�".

Empresas


Nas intercepta��es telef�nicas, foi constatada uma rela��o suspeita de Costa Mattos e Luiz Messias com as empresas Marte Engenharia e Logos Engenharia. Messias tamb�m foi afastado de suas fun��es.

As investiga��es mostram que eles mantinham uma sala na Logos. Em um �udio, Costa Mattos liga para um interlocutor identificado como Fred, apontado como funcion�rio da Eletronuclear em Angra 3. O ex-superintendente da estatal diz: "Realmente n�s vamos montar um esquema segunda-feira l� na Logos, t�?". Em outro �udio, acrescenta: "Vamos trabalhar na Arcade Logos, para tentar (...) fechar o melhor poss�vel para o TCU".

Segundo as investiga��es, Costa Mattos teria feito um pente-fino nas respostas que seriam enviadas para o TCU, mesmo ap�s seu afastamento. Todas as respostas teriam que passar pelo QG montado na Logos com Messias.

Em outra conversa, desta vez com Edson Medeiros, outro funcion�rio da Eletronuclear, Costa Mattos � questionado sobre o pente fino. Medeiros diz: "Parece que tem uma orienta��o sua para n�o passar nada para frente". Ele responde: "N�o, porque segunda-feira vamos fazer um filtro l� na Logos, entendeu?".

Afastamento


Respons�vel direto pela obra em Angra 3, Costa Mattos foi afastado no dia 14 de abril de 2016 pelo Conselho de Administra��o da Eletrobras. O motivo foram ind�cios de que ele estaria dificultando a investiga��o interna realizada pela empresa contratada Hogan Lovells.

Messias, que era superior direto de Costa Mattos, foi afastado no mesmo dia. Al�m de impedir as investiga��es, tamb�m saiu da fun��o por ind�cios de que estaria coagindo pessoas que prestavam depoimentos.

A Logos Engenharia e a Marte Engenharia foram contratadas em 2010 pela Eletronuclear, sendo que a primeira assinou contrato de R$ 100,5 milh�es e a segunda de R$ 1,4 milh�o para projetos em Angra 3. Ap�s o afastamento de Costa Mattos e Messias, a rela��o com a Logos se mostra "mais intensa", segundo as investiga��es.

Os dois teriam procurado um meio de continuar suas atividades, com preocupa��o em elaborar respostas para o TCU. Costa Mattos foi citado nas dela��es premiadas de Fl�vio Barra e Cl�vis Primo, como sendo um dos diretores a receber propinas. O material obtido pela reportagem mostra ainda que os dois teriam liquidado patrim�nio ap�s afastamento de suas atividades.


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