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Estado de Minas

Temer enfrenta o maior desafio em dois meses de governo

Temer completa 60 dias � frente do Planalto na pr�xima ter�a-feira e a tarefa � evitar que a base aliada rache com a sucess�o de Eduardo Cunha na presid�ncia da C�mara


postado em 10/07/2016 06:00 / atualizado em 10/07/2016 08:08

Temer visita instalações do parque olímpico no Rio: Olimpíada é um dos temas a que o presidente em exercício deu atenção especial (foto: Beto Barata/PR)
Temer visita instala��es do parque ol�mpico no Rio: Olimp�ada � um dos temas a que o presidente em exerc�cio deu aten��o especial (foto: Beto Barata/PR)
Bras�lia – Na pr�xima ter�a-feira, quando completar� 60 dias de interinidade � frente do governo federal, o presidente em exerc�cio Michel Temer (PMDB) estar� diante do seu maior desafio pol�tico at� agora: evitar que a base aliada que o apoia na C�mara rache de vez entre Centr�o e Centrinho na disputa pela sucess�o de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os sinais emitidos at� o momento s�o desanimadores para o Planalto. O primeiro grupo, formado pelas legendas mais pr�ximas ao presidente afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), elegeu o l�der do governo na Casa e quer, novamente, fazer valer a pr�pria maioria sobre o Centrinho, composto por PSDB, DEM, PPS e PSB.

Revoltados com a postura do chamado Centr�o, a antiga oposi��o simplesmente abandonou a reuni�o de l�deres na �ltima quinta-feira aos berros, reclamando que os aliados de Cunha querem manobrar para manchar a imagem �tica da C�mara. “� claro que existe uma incompatibilidade ideol�gica. Eles (o Centr�o) estavam no governo corrupto da Dilma at� o �ltimo momento. Ou n�o estavam? Quem sempre fez a oposi��o ao PT fomos n�s”, protestou o l�der do PPS na C�mara, Rubens Bueno (PR). “N�s queremos o Centrinho ao nosso lado. Mas esper�vamos deles uma posi��o mais decente do que a que est�o apresentando. N�s temos 280 votos, eles s� t�m 100. Em uma democracia, vale a vontade de quem tem mais votos”, devolveu, r�spido, o l�der do PTB, Jovair Arantes (GO).

Temer evita se envolver na disputa, mas sabe que se deixar a corda solta ter� dificuldades em amarrar de novo a base aliada. “N�o vamos ser ing�nuos de afirmar que n�o estamos acompanhando com cautela esse processo. H� muitos interesses em jogo, o clima pol�tico � pesado e sabemos, perfeitamente, dos riscos posteriores que essa elei��o pode nos causar”, confirmou um governista que acompanha de perto a articula��o pol�tica palaciana.

“Por incr�vel que pare�a, Temer tem se demonstrado mais competente e equilibrado nas escolhas econ�micas do que nas decis�es pol�ticas”, disse o professor de ci�ncia pol�tica do Insper Carlos Melo. O grande problema, na vis�o de Melo, � que falta ao governo, na C�mara, algu�m com uma m�nima capacidade articuladora. “Eles tiveram uma derrota importante na semana que passou, ao perder a vota��o da urg�ncia para trazer o debate da renegocia��o das d�vidas dos estados direto para o plen�rio”, lembrou o professor do Insper. “No Senado, Juc� (senador Romero Juc�, PMDB-RR) ainda faz bem esse papel. Mas, na C�mara, quem trabalha exclusivamente pelo governo sem pensar nos seus pr�prios interesses?”, questionou Melo.

PROBLEMAS � VISTA Se � verdade que o governo tem comemorado importantes vit�rias entre os deputados, � bom lembrar que os pr�ximos desafios ser�o ainda mais complicados. A renegocia��o da d�vida dos estados � um projeto de lei, mas a regra que limita os gastos ao teto da infla��o do ano anterior � uma emenda constitucional, necessita de 308 votos para ser aprovada. E o governo ainda pretende mandar outras mat�rias at� o fim do ano que exigem qu�rum qualificado, como as reformas da Previd�ncia e trabalhista. “Essa elei��o da C�mara � sim perigosa, porque envolve v�rios interesses pessoais, partid�rios, de grupos e um fantasma (Eduardo Cunha) que puxa cobertas � noite com a frase: eu sei a quem voc� pediu dinheiro na elei��o passada”, brincou um l�der governista.

No Senado, por exemplo, em que Temer tem uma vida mais tranquila ap�s as v�rias benesses e afagos concedidos para garantir votos favor�veis ao impeachment de Dilma Rousseff, os senadores n�o gostaram nada dos aumentos sucessivos aprovados na C�mara para diversos setores do funcionalismo. O m�ximo que foi aceito � o reajuste do Judici�rio. Mas o aumento do teto do funcionalismo n�o passar� em hip�tese nenhuma, nem outras propostas que reforcem a imagem que o aumento do d�ficit fiscal foi um cheque especial para permitir o aumento dos gastos. No plano estadual, o governo tem dedicado especial aten��o ao Rio, liberando, inclusive, R$ 2,9 bilh�es para o estado pagar as contas atrasadas com o funcionalismo.

Balan�o

O que Temer fez nos dois meses de interinidade � frente do Planalto


» Mudan�a na meta de d�ficit fiscal para R$ 170 bilh�es
» Prorroga��o da Desvincula��o das Receitas da Uni�o (DRU)
» Reajustes salariais para 14 categorias de servidores dos poderes Executivo, Legislativo, Judici�rio e para a Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR), al�m de militares, totalizando R$ 50 bilh�es em quatro anos
» Libera��o de R$ 2,9 bilh�es para o Rio de Janeiro, cidade-sede dos Jogos Ol�mpicos

O que pretende aprovar caso se torne efetivo
» O teto de gastos vinculados � infla��o do ano anterior
» As reformas trabalhista e previdenci�ria
» Novas regras para a explora��o do pr�-sal


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