As altera��es dividiram a opini�o de entidades representantes das c�maras municipais e dos vereadores. Para a Uni�o dos Vereadores do Brasil (UVB), o fim da propaganda eleitoral tradicional � uma grande derrota para os candidatos, especialmente os novatos. “Para quem j� est� no poder e tem nome conhecido, n�o vai ser t�o dif�cil. Mas e para quem est� come�ando? Como ele vai se apresentar?”, questiona o presidente da UVB, Gilson Conzatti (PMDB), que � vereador em Ira�, no Rio Grande do Sul. Ao longo da discuss�o da reforma, a entidade tentou convencer os parlamentares a manter a regra anterior, mas n�o obtiveram sucesso.
O cientista pol�tico e diretor-executivo da Associa��o Brasileira das C�maras Municipais (Abracam), Luiz Kirchner, pensa diferente. Para ele, a medida � positiva a partir do momento em que tornar� as campanhas eleitorais mais baratas e colocar� em igualdade de condi��es candidatos ricos e pobres – pelo menos no que diz respeito ao uso da ferramenta eletr�nica.
Ainda de acordo com Kirchner, a regra far� com que os candidatos voltem a uma antiga estrat�gia para tentar vencer as elei��es: gastar a sola de sapato. “Eles ter�o que andar mais, conversar mais com o eleitor. E para isso, ter� que se capacitar melhor, conhecer as fun��es de um vereador e como representar o cidad�o”, avalia o diretor da Abracam. Eles ainda ter�o que refor�ar a distribui��o dos tradicionais santinhos com o n�mero que o eleitor dever� digitar na urna.
Reelei��o Embora as duas entidades tenham posi��es contrastantes no que diz respeito ao fim da propaganda eleitoral, em um ponto elas convergem: os atuais vereadores poder�o ter mais facilidade para se reeleger. Isso porque, al�m de j� terem feito campanhas em outras elei��es e conquistado a prefer�ncia do eleitorado, eles contam com os ve�culos de comunica��o da pr�pria c�mara, como r�dio e televis�o.
Isso porque, embora eles n�o possam usar esses canais institucionais para pedir votos, eles aparecem em mat�rias institucionais tratando da atua��o em comiss�es e plen�rio, por exemplo. “� l�gico que ser� mais f�cil para quem j� � vereador”, opina Gilson Conzatti. Ele ainda arrisca que o fim do bloco televisivo voltado exclusivamente para os postulantes �s c�maras municipais far� com que reduza o �ndice de renova��o do Legislativo.
Para se ter uma ideia, nas �ltimas elei��es, em m�dia 60% dos vereadores que se candidataram foram reeleitos. “Pode at� cair a renova��o, mas pode acontecer o contr�rio tamb�m, em raz�o do desgosto e da avers�o das pessoas � pol�tica”, rebate Luiz Kirchner.