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Estado de Minas

Em contabilidade de propina, operador de Eduardo Cunha era chamado de 'Maluco'

Segundo a PGR, Cunha e o ex-vice-presidente da Caixa montaram uma planilha de propina para libera��o de FGTS para investimentos de empresas e, nela, seu operador aparecia com o apelido de "maluco"


postado em 13/07/2016 14:49 / atualizado em 13/07/2016 15:16

A Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) disse que apreendeu em uma das fases da Opera��o Lava-Jato um documento que lista as companhias que aceitaram pagar suborno para a libera��o de recursos do FGTS para investimentos, bem como o percentual cab�vel a cada envolvido no esquema. Apontado como operador do peemedebista, o corretor L�cio Bolonha Funaro aparece nos registros como "Maluco".

Os dados sobre a contabilidade dos desvios foram apresentados por F�bio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa Econ�mica Federal (CEF),   � PGR, que ofereceu den�ncia contra o parlamentar, o delator e mais tr�s pessoas por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro, entre outros crimes. De acordo com a pe�a de acusa��o, ainda mantida em sigilo pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Funaro era o respons�vel por pagar a parte de Cleto no esquema at� 2012. Os dois, no entanto, brigaram naquele ano e Cunha pediu que o ent�o vice da Caixa continuasse no cargo para manter o esquema em funcionamento.

"A partir de ent�o, depois de aprovada uma opera��o em que fora solicitado apoio a Cleto, Cunha avisava sobre o pagamento de propina e o valor que havia cobrado da empresa. Com base nessa informa��o, Cleto preenchia a planilha de contabilidade com Cunha, conforme o porcentual de cada um dos envolvidos", diz a den�ncia.

Na dela��o, Cleto contou aos investigadores que, quando passou a tratar somente com o deputado, Funaro tinha com ele ainda um saldo a quitar de US$ 434 mil (cerca de R$ 1,4 milh�o). "Tendo o parlamentar assumido a d�vida com Funaro, a planilha de contabilidade entre Eduardo Cunha e Cleto se inicia com a express�o 'd�vidas com Maluco'. Maluco � o apelido de Funaro", afirma a PGR.

Como antecipou o estad�o.com.br no dia 1º deste m�s, Cleto contou na dela��o que as empresas pagavam cerca de 1% do valor dos investimentos aprovados pelo FGTS a Cunha. Desse montante, 80% era o que ficava com o deputado e o restante era rateado entre os demais envolvidos.

De acordo com a den�ncia, Cleto recebeu US$ 2,1 milh�es (cerca de R$ 6,8 milh�es) em propinas em contas na Su��a. Outros R$ 520 mil foram pagos em esp�cie por Cunha ou pessoas por ele indicadas.

Cleto contou que a briga com Funaro se deu porque ele era muito agressivo ao tratar das propinas na Caixa. Numa ocasi�o, segundo o delator, o corretor teria amea�ado atear fogo em sua casa, com os filhos dentro.

Cleto relatou que, at� 2012, Funaro tamb�m mantinha uma planilha para discriminar os valores do esquema. O documento, apresentado � PGR, lista valores que o ex-vice da Caixa teria a receber de uma conta encerrada no exterior, em nome da offshore Rockfront, e tamb�m das vantagens pagas no esquema do FGTS.

Nos registros de contabilidade entregues � PGR, o pr�prio Funaro escreve � m�o: "saldo que eu te devo", em refer�ncia aos US$ 434 mil. Cunha nega recebimento de qualquer vantagem indevida e alega que, se Cleto cometeu irregularidades, deve responder por elas. O deputado desafia seus acusadores a provar a veracidade das dela��es, bem como sua vincula��o com contas no exterior.

A defesa de Funaro afirma que provar�, no curso do processo, a inoc�ncia de seu cliente.


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