O novo presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se emocionou no discurso de posse, no in�cio da madrugada desta quinta (14/7), no plen�rio da Casa. Ele pediu ajuda aos colegas parlamentares para tentar governar "com simplicidade" e uni�o durante os pr�ximos seis meses. O deputado agradeceu, ainda, o apoio dos familiares e a confian�a dos colegas na nova trajet�ria.
"Vamos tentar governar com simplicidade. Temos de pacificar esse plen�rio e dialogar com a minoria. Temos pauta do governo e da sociedade, que fica no interior de cada um de n�s", disse Maia, que refor�ou a import�ncia da proximidade entre parlamentares e cidad�os. "N�o � apenas do governo que vem as boas ideias. Cada um dos eleitores que vivem o dia a dia podem contribuir muito", acrescentou.
Com 285 votos, Maia venceu, em segundo turno, a disputa pela presid�ncia da C�mara contra o deputado Rog�rio Rosso (PSD-DF), que recebeu 170. No primeiro turno da elei��o, outros 12 parlamentares concorriam ao cargo. O substituto de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) terminou a noite sentando-se na cadeira de presidente, lendo a agenda da Casa e encerrando a sess�o.
Tamp�o
Mesmo com a nova gest�o, a Mesa Diretora da C�mara se mant�m a mesma, ou seja, Maia ocupa a presid�ncia, mas n�o tem direito a retirar ou incluir qualquer parlamentar na Secretaria da Mesa. Contudo, o novo presidente ter� as mesmas regalias que Cunha teve - a Resid�ncia Oficial, na Pen�nsula dos Ministros, no Lago Sul, o direito a voar em jatos da For�a A�rea Brasileira (FAB), carro oficial, seguran�a particular e um gabinete em local especial da Casa.
Perfil
Nascido no Chile, quando a fam�lia vivia no ex�lio, durante a ditadura militar, Maia se mudou para o Rio aos tr�s anos de idade, onde acompanhou a vida p�blica do pai, o ex-prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (DEM), desde cedo. Aos 26 anos de idade, foi o mais jovem Secret�rio de Governo da Prefeitura do Rio de Janeiro. Em 1998, concorreu e foi eleito, pela primeira vez, deputado federal do Rio de Janeiro pelo PFL (que mais tarde se tornaria DEM), com mais de 96 mil votos, sendo reeleito em 2002, 2004, 2008 e 2014.
Foi presidente de seu partido em 2007, quando a legenda mudou para DEM e passou por um per�odo de reformula��o. Apre�o por parcerias improv�veis � um dos aspectos que chamam a aten��o na trajet�ria do novo presidente. Em 2012, foi candidato a prefeito do Rio, com uma alian�a, no m�nimo, inesperada, com Clarissa Garotinho como vice de sua chapa. Duas fam�lias com diverg�ncias hist�ricas se uniram para derrotar o PMDB nas urnas. � �poca, seu �ndice de rejei��o popular era de 26%. A alian�a, no entanto, n�o funcionou. Os dois n�o somaram nem 3% dos votos, ficando na terceira posi��o. Clarissa, em 2014, se disse arrependida da uni�o ap�s um suposto descumprimento de promessa de Rodrigo Maia que garantiu apoiar a candidatura de seu partido dois anos depois, o que n�o ocorreu. Uma nova alian�a foi firmada entre DEM e PMDB.
Um dos aliados de Eduardo Cunha, foi relator da reforma pol�tica, em 2015, indicado pelo ex-presidente da C�mara, mas ensaiou um afastamento ap�s n�o ser escolhido para a lideran�a do governo de Michel Temer. Aos 46 anos, em seu quinto mandato como deputado federal, Rodrigo � o novo presidente da C�mara e caber� a ele o desafio de unir uma Casa em desunida.