"Ao fim do primeiro mandato de Dilma, o desemprego era ainda muito baixo (6,5% na �poca, contra 11,2% em abril deste ano). Ela havia conseguido manter o emprego ao mesmo tempo em que manteve as pol�ticas sociais. Mas era necess�rio continuar a investir. Os cofres estavam vazios. Dilma reconhece que sua pol�tica de desonera��o fiscal para as empresas, que reduziu a receita fiscal do Estado, havia ido longe de mais. Entre 2011 e 2015, o Estado renunciou a cerca de R$ 500 bilh�es de receitas. E, um fato extremamente grave, sem exigir nada em troca do empresariado", afirmou.
O ex-presidente responsabilizou tamb�m o Congresso Nacional por impedir que as medidas do ajuste fiscal propostas por Dilma fossem aprovadas. "Depois da reelei��o de Dilma, houve uma forte crise pol�tica que paralisou a economia", disse. "Para reequilibrar as contas, ela tentou reduzir as despesas, mas o Congresso foi no sentido do inverso, aprovando leis para aument�-las. O Congresso parecia apostar na crise, at� que surgisse a ideia de golpe."
Questionado se o presidente em exerc�cio Michel Temer � golpista, Lula respondeu que o primeiro a facilitar o golpe foi o Congresso por receber a queixa contra Dilma. Temer, por�m, segundo Lula, � "um constitucionalista que sabe que n�o houve crime de responsabilidade".
O petista afirmou que n�o lamenta ter escolhido Dilma como sua sucessora, como teria dito o ex-presidente Jos� Sarney (PMDB-AP) em uma conversa gravada. "Ele me ligou para desmentir", disse Lula. Ele afirmou que n�o apenas indicou Dilma, mas voltou a apoi�-la.
Segundo Lula, n�o se pode dizer que Dilma tenha falhado no segundo mandato. "Faltavam ainda tr�s anos, ela poderia ter feito muita coisa."
Corrup��o
Sobre acusa��es de que o caixa do PT teria sido abastecido com dinheiro da Petrobras, o ex-presidente afirmou que ser� f�cil para a Receita Federal apurar as den�ncias. Os partidos, disse ele, n�o v�o buscar dinheiro de campanha em favelas, mas onde ele existe, ou seja, com diretores de empresas. Disse que por causa disso seu partido defende o financiamento p�blico de campanha: "Imp�e-se uma profunda reforma pol�tica".