
Se o hist�rico da rela��o pol�tica entre PT e PSDB sempre foi de embate, com a aprova��o da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) – que teve como um dos principais defensores os tucanos –, tende a piorar. At� mesmo nos munic�pios onde os dois partidos se uniram nas elei��es de 2012, a reedi��o das alian�as est� amea�ada. Para se ter uma ideia, na �ltima disputa, tucanos e petistas estiveram na mesma coliga��o em 105 munic�pios de Minas Gerais. Em 11 cidades, elegeram uma chapa de prefeito e vice com membros dos dois partidos.
E a pouco menos de um m�s para o registro das chapas na Justi�a Eleitoral – o prazo � 15 de agosto – ainda n�o se sabe se ser� poss�vel reeditar as pol�micas dobradinhas. O PT aprovou resolu��o em que veta alian�as com legendas que votaram a favor ou apoiaram publicamente o impeachment de Dilma Rousseff. E as chapas s� poder�o ser oficializadas no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) depois do aval da dire��o estadual. No PSDB, um texto estabelece que a composi��o das chapas deve refletir a “unidade nacional” e resguardar os aliados “em n�vel nacional”.
N�o � esse o caso de Itabirinha, no Vale do Rio Doce. O prefeito Edmo Cesar Feliciano Reis (PSDB) e o vice Joaquim de Oliveira (PT) acompanham de longe as brigas entre tucanos e petistas no plano nacional e tentam convencer as dire��es de seus partidos a liberarem a alian�a na cidade. “Temos uma �tima rela��o, conseguimos muita coisa para a cidade a partir dessa parceria. Mas estamos tendo resist�ncias porque a orienta��o dos partidos � n�o fazer esse tipo de alian�a. Com o impeachment, piorou muito a situa��o”, lamenta Edmo Reis.
Segundo o prefeito, ele j� teve uma primeira conversa com a dire��o do PSDB, mas ainda n�o obteve a autoriza��o para fechar a dobradinha com o PT. A informa��o da legenda � que se a conven��o aprovar a alian�a, poder� haver at� interven��o. Caso n�o seja poss�vel concretizar a chapa, os candidatos admitem que um deles poder� abrir m�o da disputa em beneficio do outro. Em Rio Vermelho, na Regi�o Central, essa hip�tese n�o existe. Se os atuais prefeito e vice forem impedidos de repetir a alian�a nas elei��es deste ano, a solu��o ser� recorrer � Justi�a.
“Estamos coligados desde 2008 e se eles (dire��o dos partidos) resistirem vamos para a Justi�a. H� uma diferen�a dos partidos nos munic�pios, cada um tem uma realidade. Por que temos que separar se a briga nos partidos � nacional?”, argumenta o prefeito Djalma de Oliveira (PSDB), que administra a cidade ao lado do vice, Jos� Afr�nio Aguiar (PT). Na avalia��o do tucano, como na cidade os partidos s�o comandados por diret�rios municipais – e n�o comiss�o provis�ria –, t�m mais autonomia para tomar decis�es, e portanto � mais dif�cil qualquer tipo de interven��o.
Autoriza��o
Em S�o F�lix de Minas, no Rio Doce, desde as elei��es de 2000, PT e PSDB se revezam nos cargos de prefeito e vice. Mas para a disputa deste ano, as legendas n�o pretendem desrespeitar as resolu��es de seus partidos. Atualmente, a prefeitura est� com Juraci Braz de Souza (PSDB) e Cl�udio Belmiro de Assis (PT). Ainda n�o est�o definidos os candidatos na cidade, mas o tucano sabe que n�o ser� candidato. O PT estuda indicar o atual vice para a cabe�a de chapa. “Na primeira vez que o PSDB e PT fizeram alian�a, tivemos que ir at� S�o Paulo pedir autoriza��o � executiva”, recorda Juraci Braz.
Em outubro, os tucanos dever�o apoiar a candidatura do ex-prefeito Wanderley Vieira – que j� foi do PT e agora est� filiado ao DEM. Um nome do PR foi indicado para compor a chapa como vice, e tem o apoio do PSDB local. O prefeito garante que a decis�o de n�o se aliar ao PT n�o tem nenhuma rela��o com o embate nacional entre as legendas. “Aqui mantemos uma boa rela��o. Na pol�tica regional, um candidato � escolhido pelo seu nome, e n�o pelo partido”, afirma.
Outra cidade que tem o comando de petistas e tucanos � S�o Thom� das Letras. Marisa Maciel de Souza (PT) e Ti�o Benedito (PSDB) terminam o primeiro mandato em 31 de dezembro e ainda discutem a possibilidade de reeditar a parceria. “Vamos conversar ainda, pois existem outros partidos na alian�a e ainda vamos fazer a conven��o”, explica. Marisa conta que ainda n�o recebeu qualquer orienta��o de seu partido sobre as elei��es, mas n�o acredita em interfer�ncia da dire��o estadual. “A posi��o em n�vel estadual e federal n�o � a mesma em n�vel municipal”, completa.