
Bras�lia – Um jantar para afinar o discurso e fazer o Congresso destravar os trabalhos depois de quase um ano paralisado devido � tramita��o do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, e do processo de cassa��o do ex-presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O presidente em exerc�cio Michel Temer e os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RN), jantaram nessa ter�a-feira (19) no Pal�cio do Jaburu para definir o que ser� prioridade no parlamento a partir de agosto.
Temer, que aprovou a vit�ria de Rodrigo Maia na C�mara, espera que a pauta econ�mica ande com mais celeridade no parlamento, livre da amarra a quest�es ideol�gicas, t�o comuns na �poca em que Dilma estava no comando. Uma das primeiras prioridades � a vota��o do projeto que cria novas regras para a explora��o do pr�-sal. No Planalto, a avalia��o � de que a recupera��o do setor de petr�leo � fundamental para o reerguimento da economia brasileira.
Economistas consultados pelo governo calculam que a retirada da exclusividade da Petrobras no setor de explora��o, abrindo espa�o para empresas estrangeiras, pode impulsionar em at� um ponto percentual o Produto Interno Bruto (PIB, a soma da produ��o de bens e servi�os do pa�s) brasileiro. N�o seria suficiente para reverter a recess�o, mas � fundamental para retomar a confian�a dos empres�rios em um setor que sempre foi estrat�gico para a economia nacional.
Temer tamb�m pretende adotar estrat�gia simples de valoriza��o do parlamento, mas que vinha sendo constantemente desrespeitada nos �ltimos anos. O Planalto evitar� o encaminhamento de propostas semelhantes a projetos de autorias dos parlamentares. “A ideia � aproveitar as iniciativas que j� tenham sido apresentadas por deputados e senadores”, explicou um interlocutor palaciano.
Em um gesto para tentar manter a base coesa, o presidente interino n�o pretende substituir o l�der do governo na C�mara, Andr� Moura (PSC-SE), mesmo sabendo que ele chegou ao cargo levado pelo antigo bloco de apoio a Eduardo Cunha. Moura foi avisado, contudo, que precisa se descolar de seu passado pol�tico. Tanto � assim que, no dia da vit�ria de Rodrigo Maia (DEM-RJ) no plen�rio, evitou qualquer coment�rio de lado a lado, permanecendo neutro no debate a pedido do Planalto.
Temer tamb�m encontrou-se na noite de segunda-feira com o l�der do PSD na C�mara, Rog�rio Rosso (DF), que foi derrotado por Maia no segundo turno das elei��es para a presid�ncia da Casa. Rosso apresentou ao peemedebista – e tamb�m ao pr�prio Maia, na manh� dessa ter�a-feira (19) – a proposta chamada Reativar Brasil, que passa por reuni�es do governo federal e do Congresso com diversos setores produtivos. “� importante tamb�m pactuar mecanismos para que linhas de produ��o paralisadas possam retomar as atividades, com um conjunto de est�mulos p�blicos. N�o se trata de ren�ncia fiscal”, explicou.
Rodrigo Maia (DEM-RJ) levou ao presidente interino a an�lise de que � fundamental que os trabalhos da Casa se dividam em tr�s eixos: um econ�mico, um pol�tico e um de fiscaliza��o e controle. No primeiro campo, est�o a aprova��o das medidas que permitam o reequil�brio fiscal do pa�s e a retomada do crescimento.
Obra suspensa
Ficou tamb�m decidido em reuni�es nessa ter�a-feira (19) que Rodrigo Maia deixar� as obras de expans�o da C�mara, idealizadas por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a cargo do pr�ximo presidente da Casa. A decis�o de Maia foi comunicada ao primeiro-secret�rio Beto Mansur (PRB-SP), que responde por tocar o servi�o. O estudo da estrutura para expans�o j� come�ou, com seis perfura��es no solo do pr�dio. A inten��o de Cunha era lan�ar o edital de concorr�ncia para atrair interessados na constru��o assim que fosse avaliada a qualidade do terreno, os materiais que seriam usados e a necessidade ou n�o de modifica��es no projeto.