Bras�lia – Maior cidade do pa�s, a capital paulista � o alvo de cobi�a dos tr�s maiores partidos brasileiros: PMDB, PT e PSDB. Depois de muito tempo a reboque do PSDB e do PT, que oficializaram seus candidatos ontem, o PMDB filiou a ex-petista e ex-prefeita Marta Suplicy para tentar administrar S�o Paulo. A estrat�gia est� dando certo. Marta est� em segundo lugar, atr�s apenas do candidato do PRB, Celso Russomano. O l�der nas pesquisas de inten��o de voto disse que “n�o est� preocupado, est� tranquilo” em rela��o ao julgamento do Supremo Tribunal Federal, previsto para agosto, de uma a��o em que � r�u por supostamente empregar recursos p�blicos da C�mara para pagar os sal�rios de uma funcion�ria que atuava para sua produtora de TV. “Eu n�o tenho inseguran�a jur�dica nenhuma. Assim como o meu caso existem outros 116 casos an�logos e todos foram arquivados”, declarou Russomanno.
DESGASTE Afastado do poder federal pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff — cujo processo deve ser conclu�do no fim de agosto, pouco mais de um m�s antes das elei��es municipais de outubro — o PT realizou ontem a conven��o na �nica capital que administra: S�o Paulo. Com a presen�a do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, que ter� de provar ainda ser um cabo eleitoral forte, ap�s os desgastes provocados pela Opera��o Lava-Jato, o partido ratifica a campanha � reelei��o de Fernando Haddad, que aparece apenas em quarto lugar nas pesquisas eleitorais. N�o � s� a mudan�a de poder federal que provocar� todo um rearranjo de for�as pol�ticas no pa�s. Ser� a primeira elei��o municipal sem financiamento privado de campanha e com um tempo reduzido de 90 para 45 dias de campanha. “Essa � uma realidade � qual temos que nos acostumar. Os candidatos est�o orientados a encaixar as campanhas dentro das novas realidades financeiras”, afirmou o secret�rio-geral do PSDB, deputado Silvio Torres (SP).
Mesmo chamuscado pelas den�ncias, Lula ter� um papel ativo nas elei��es. “Qual lideran�a pol�tica nacional tem o peso e o carisma de Lula?”, indagou o secret�rio de organiza��o do PT, Florisvaldo Souza. “Ele j� est� viajando pelo pa�s todo, preparando o discurso de nossa milit�ncia”, completou o dirigente petista. Esse discurso ser� centrado, basicamente, nas queixas quanto � postura de Michel Temer e do PMDB, mas tamb�m � necessidade de um resgaste do discurso social da esquerda.
“Esta possivelmente ser� a elei��o mais dif�cil que a gente vai concorrer em S�o Paulo”, disse Lula, ontem, na conven��o que oficializou a candidatura de Haddad na chapa formada pelo PT, PCdo B, PDT, PR e o Pros, fechado de �ltima hora, tendo Gabriel Chalita como vice. Segundo Lula, a f�rmula para conquistar a reelei��o � a mesma usada h� quatro anos: mostrar as qualidades de Haddad e investir no di�logo com a periferia. A diferen�a, para ele, � que este ano tanto Haddad quanto Chalita “s�o mais conhecidos que nota de R$ 2”. “O que n�o � conhecido s�o as maravilhas que ele fez pela cidade”, disse.
Por diversas vezes a frase “Fora, Temer” foi gritada pelo p�blico e repetida por alguns oradores. Ausente do evento, a presidente afastada Dilma Rousseff disse a Haddad, por meio de carta, que “o Brasil golpista e o Brasil democr�tico estar�o duelando na elei��o de outubro em S�o Paulo”.