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Estado de Minas

Crise tira �nimo dos jovens eleitores para as elei��es de2016

O Brasil tem hoje 144.088.912 de eleitores aptos a votar no pr�ximo dia 2 de outubro. Os que t�m 16 e 17 anos correspondem 1,6% do total (2,3 milh�es)


postado em 28/07/2016 08:31 / atualizado em 28/07/2016 08:44

(foto: Elza Fiúza/Agência Brasil )
(foto: Elza Fi�za/Ag�ncia Brasil )
S�o Paulo - N�o vai ser f�cil para ningu�m, mas deve ser um tanto pior para quem vai encarar uma urna eletr�nica pela primeira vez. Nas pr�ximas elei��es, mais de 2 milh�es de jovens, entre 16 e 17 anos ou rec�m-chegados � maioridade, estar�o aptos ao voto. Trata-se de uma gera��o que cresceu sob governos petistas, que se acostumou com uma certa calmaria econ�mica, que aprendeu a discutir sexualidade e liberdades individuais sem travas, que mergulhou em seus pr�prios smartphones e participou da revolu��o das redes sociais.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, divulgou na segunda-feira os dados oficiais sobre as elei��es municipais de 2016. O Brasil tem hoje 144.088.912 de eleitores aptos a votar no pr�ximo dia 2 de outubro. Os que t�m 16 e 17 anos correspondem 1,6% do total (2,3 milh�es). O n�mero � inferior ao registrado nas elei��es de 2012, de 2,4 milh�es, e � s�rie hist�ria, que teve seu pico em 1994 (2,34% do total de eleitores).

Mas como estar� o esp�rito e a cabe�a desse jovem estreante? � preciso considerar o caldo em que esse eleitor est� sendo forjado, um caldeir�o em que se misturam Opera��o Lava-Jato, processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, governo interino de Michel Temer, ocupa��es das escolas estaduais e muito mais.

Interesse


Quatro alunos do Col�gio Singular, de Santo Andr�, na Grande S�o Paulo, foram convidados a debater o futuro eleitoral: J�lio Brito, de 17 anos; Renata Santana, 17; Caio Franquini, 17; e Julia Fugiwara, 16. Os garotos se mostraram pouco animados ou interessados no processo eleitoral. Por outro lado, as garotas aparentaram ansiedade e vontade de participar formalmente (por meio do voto) de uma elei��o.

Sobre a import�ncia do t�tulo de eleitor, por exemplo, Brito diz que "n�o tinha tido tempo de correr atr�s disso" e Caio afirmou que "prefere se concentrar nos estudos para o vestibular".

Renata e Julia, pelo contr�rio, n�o querem esperar e devem votar para prefeito e vereador nas elei��es de outubro. Julia, por participar do primeiro coletivo feminista da escola, � a mais animada: "�s vezes ou�o meus pais falarem do tempo do governo Fernando Henrique, do (Fernando) Collor, do Itamar (Franco). Acho que as coisas eram diferentes. Muita coisa melhorou. Outras pioraram."

Marco Antonio Carvalho Teixeira, cientista pol�tico da FGV-SP, considera que esse eleitor de primeira viagem chega "contaminado pela polariza��o atual". "Chega no meio desse debate pol�tico que � muito raso, um debate que est� convocando o eleitor a participar de um 'ser ou n�o ser'", afirma.

Invariavelmente, os estudantes apontam as redes sociais como sendo a principal fonte de informa��o. De acordo com dados do Instituto de Imprensa Norte-americano e da Associated Press-Norc Center for Public Affairs Research, cerca de 88% dos usu�rios consomem regularmente not�cias a partir das redes sociais. Cerca de 47% leem not�cias sobre pol�tica nacional a partir do Facebook.

O cientista pol�tico Pedro Fassoni Arruda, da PUC-SP, diz que falar em "voto jovem" como bloco � um erro. "Tem o recorte de idade, grau de escolaridade, sexo, cor da pele, se � de periferia, se � de bairro nobre, se estuda em um col�gio Dante ou Bandeirantes..."

Quando a reportagem ouviu estudantes da periferia da mesma idade, encontrou mais participa��o pol�tica e engajamento em projetos comunit�rios, mas pouca gente disposta a tirar t�tulo de eleitor ou a fim de participar de uma forma mais institucional.

"Pol�tica � todo dia. A gente faz muita coisa social, ajuda muitas fam�lias. Tenho grupo da igreja, tenho grupo na escola, mas votar, votar mesmo, acho que posso deixar pra quando for obrigat�rio", afirma Rog�rio Motta Cruz, de 17 anos, aluno de uma escola estadual na zona leste de S�o Paulo.

Para a antrop�loga Isabela Oliveira Pereira da Silva, o voto n�o � a �nica forma de participa��o - e uma parcela desse eleitorado percebeu isso. "Essa � uma gera��o que vai atuar de outro jeito."


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