A Opera��o Abismo aponta que o ex-vereador do PT, em Americana (SP) Alexandre Romano, o Chambinho, intermediou propinas sobre obras do Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes) para Paulo Ferreira, que "teria recebido os valores na condi��o de agente do Partido dos Trabalhadores".
Os investigadores da Abismo afirmam que parte da propina destinada a Paulo Ferreira, sobre obras do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), no Rio, foi direcionada para a escola de samba Estado Maior da Restinga, em Porto Alegre.
Os investigadores descobriram que a madrinha de bateria da Estado Maior da Restinga, Viviane Rodrigues, recebeu uma esp�cie de "mensalinho", abastecido com parte de propinas que teriam sido destinadas ao ex-tesoureiro do PT. Chambinho entregou � Procuradoria da Rep�blica recibos de dep�sitos para a madrinha, a pedido de Paulo Ferreira. Entre 2010 e 2012, a sambista teria recebido R$ 61,7 mil em 18 parcelas.
� PF, o ex-tesoureiro afirmou que "conhece a escola de samba Sociedade Recreativa e Beneficente Estado Maior da Restinga, Viviane da Silva Rodrigues e Sandro Ferraz, bem como o presidente de tal escola". Disse ainda que "recebeu o t�tulo de imperador do samba do Rio Grande do Sul, que possui rela��o com o setor da cultura popular" do Estado e que "incentiva as escolas de samba, por meio de modalidade de financiamento, a exemplo de leis de incentivo".
Ferreira declarou � PF que conhece Chambinho desde 2006. O ex-vereador do PT foi preso em 2015 na Opera��o Pixuleco, fase da Lava-Jato. Fez dela��o premiada e ganhou regime domiciliar. O ex-tesoureiro disse ser padrinho de casamento de Chambinho e n�o ter neg�cios com o ex-vereador do PT.
"N�o recebeu valores em esp�cie de Alexandre Romano; em raz�o da rela��o de amizade e confian�a que depositava em Alexandre Romano, acabou recebendo dele ajuda para a arrecada��o de recursos para sua campanha para deputado federal em 2010", disse Ferreira no seu depoimento. "O dinheiro vinha de empresas que financiavam a sua campanha, bem como de recursos pr�prios de Alexandre Romano", completou.
Paulo Ferreira declarou que "n�o tem conhecimento de empresas de constru��o que teriam efetuado oferta e/ou pagamento de valores a funcion�rios da Petrobras". O ex-tesoureiro do PT disse ainda que n�o conhece o ex-diretor de Servi�os da estatal Renato Duque e nem o ex-gerente executivo da companhia Pedro Barusco, um dos delatores de esquema de corrup��o investigado na Lava-Jato.
Segundo a Procuradoria da Rep�blica, o esquema investigado na Abismo envolveu diversas empresas que pagaram mais de R$ 39 milh�es em vantagens indevidas para empresa participante do certame, para Diretoria de Servi�os e Partido dos Trabalhadores.