Bras�lia, 01 - O governo Michel Temer prefere que o pedido de cassa��o do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) seja votado no plen�rio da C�mara dos Deputados ap�s a conclus�o do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT). A avalia��o � de que, se cair antes de Dilma, Cunha pode tumultuar o processo de impedimento da petista.
Oficialmente, o governo diz que n�o vai se envolver, pois esse � um assunto interno da C�mara. Nos bastidores, por�m, interlocutores do Pal�cio do Planalto j� sinalizaram ao presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a prefer�ncia do governo em rela��o � data da vota��o.
Lideran�as aliadas ao Planalto avaliam reservadamente que votar a cassa��o de Cunha depois do impeachment pode ser uma boa estrat�gia. Lembram que Cunha tem indicado que poder� fazer dela��o premiada, o que o peemedebista nega.
Um importante l�der da base aliada diz que a avalia��o do Planalto tem l�gica. O argumento � de que a cassa��o de Cunha ser� inevit�vel e que, por isso, adiar a vota��o para depois do impeachment evita "perturba��es" no processo de impedimento de Dilma.
Press�o
Por outro lado, partidos da oposi��o pressionam Maia a pautar o pedido de cassa��o de Cunha o mais r�pido poss�vel. O PT, por exemplo, quer que o tema seja votado no m�ximo at� a segunda semana de agosto. "Queremos que a C�mara resolva isso. Vota��o j�", diz o ex-l�der do governo Dilma Jos� Guimar�es (PT-CE).
Hoje, deputados da oposi��o a Temer se reuniram com Maia para pedir que ele marque a vota��o. Mas, segundo o l�der do PSOL, Ivan Valente (SP), o presidente da C�mara n�o quis se comprometer com uma data e teria dito que est� sofrendo "contrapress�o" de aliados.
L�deres pressionam Maia a ler ainda esta semana o processo de cassa��o em plen�rio. Somente ap�s a leitura durante sess�o ordin�ria o processo poder� ser votado pelos deputados. Ap�s a leitura, come�a a contar um prazo de at� duas sess�es para que a vota��o seja inclu�da na ordem do dia. O processo, por�m, n�o tranca a pauta.
Maia afirmou aos l�deres que pretende ler o documento nesta quarta, 3, ou na pr�xima ter�a, 9. Devido ao per�odo de elei��o municipal, alguns l�deres consideram que adiar a leitura para a pr�xima semana poderia representar que o presidente est� tentando protelar o processo. "Se Maia deixar para semana que vem vai ser acusado de compactuar com Cunha por medo dele denunciar membros da base do governo", afirmou o l�der do PSOL.
O novo presidente da C�mara j� disse a aliados que quer se livrar o mais r�pido poss�vel do caso de Cunha. A avalia��o � de que a conclus�o do caso vai ajudar a retomar a estabilidade da Casa. Ele afirmou em entrevista que est� trabalhando para que a cassa��o do peemedebista seja votada no plen�rio em agosto.
Ele justificou que ainda n�o marcou a data, porque est� estudando o qu�rum da Casa, para n�o ter que remarcar a data. Ele j� afirmou que s� prosseguir� a vota��o com um qu�rum m�nimo de 460 deputados em plen�rio. Maia n�o quer em sua biografia pol�tica um poss�vel arquivamento do processo.
Ao ser pressionado pelos parlamentares, Maia chegou a dizer que vai pegar um hist�rico de vota��es de cassa��es anteriores para fazer uma "m�dia". Ele foi lembrado do caso do ex-deputado Carlos Alberto Lereia, que teve o seu mandato suspenso por 90 dias h� dois anos.
O caso de Ler�ia foi recebido pelo Conselho de �tica em 2012, por�m s� foi para o plen�rio da Casa em 2014. "As pessoas n�o est�o entendendo a gravidade que � empurrar com a barriga o processo de Cunha", afirmou Valente. Ele disse ainda que pretende conversar com cada l�der antes de decidir a data.