Bras�lia, 04 - A Empresa Brasil de Comunica��o (EBC) postou em sua conta oficial um tweet ironizando o presidente em exerc�cio Michel Temer, em mais um cap�tulo da guerra da equipe da estatal nomeada pela presidente afastada Dilma Rousseff e o governo peemedebista. "Quando a pessoa escolhe passar vergonha� Planalto confirma Temer na abertura da Rio 2016", afirmava a publica��o, que foi deletada pouco depois e trazia junto o link de uma mat�ria da Ag�ncia Brasil sobre o tema. O tweet provocou a ira de auxiliares do presidente Temer. Pouco depois, em nota, o diretor-presidente da EBC, Ricardo Melo, considerou "inadmiss�vel" a postagem e afirmou que ela "n�o representa a posi��o da empresa", al�m de anunciar que "determinou a abertura imediata de sindic�ncia interna para apurar as responsabilidades sobre a publica��o de texto no Twitter @ebcnarede".
A postagem feita pouco antes das 11 da manh� desta quinta-feira, 4, irritou o Pal�cio do Planalto, que iniciou grandes mudan�as, como o desaparelhamento da empresa, e j� manifestou at� a inten��o de extingu�-la. Al�m da postagem, desagradou tamb�m o governo a publica��o de uma mat�ria publicada pela ag�ncia EFE, tamb�m nesta quinta, 4, que dizia que "a Federa��o Internacional de Jornalistas (IFJ) denunciou tentativas do governo interino de Michel Temer de 'desmantelar' a Empresa Brasileira de Comunica��o (EBC) ap�s os Jogos Ol�mpicos e pediu � imprensa internacional que tamb�m informe sobre esses 'jogos pol�ticos'".
A resposta acabou sendo dada, no in�cio da tarde, pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, que est� no Rio de Janeiro participando de reuni�o de balan�o das �ltimas prepara��es para a abertura dos Jogos Ol�mpicos. "Antes do presidente Temer, tentaram, mudando estatuto e dire��o, 'desmantelar' a EBC. Erraram. Breve voltar� ao normal", disse o ministro, tamb�m atrav�s de seu Twitter, no primeiro post. Padilha acrescentou ainda que "a EBC n�o ser� aparelho partid�rio. Ser� motivo de orgulho de seus funcion�rios e respeito e confian�a dos brasileiros".
A dire��o da EBC � um dos motivos da queda de bra�o entre os governos Dilma e Temer. Pouco antes de deixar a Presid�ncia, Dilma nomeou Ricardo Melo para um mandato de quatro anos. Temer, assim que assumiu, exonerou Melo e nomeou Laerte R�moli, que iniciou um processo de demiss�o dos servidores engajados com o governo petista, al�m de cancelar in�meros contratos de jornalistas que faziam programas apenas defendendo o governo Dilma e do PT em geral. Melo, no entanto, recorreu ao Supremo Tribunal Federal e, em dois de junho, o ministro Dias Toffoli concedeu liminar determinando o seu retorno ao cargo. S� que muitas modifica��es j� haviam sido feitas na empresa, e um comando duplo est� instalado desde ent�o, j� que a dire��o-geral da estatal est� sob a dire��o de Christiane Samarco, nomeada por Temer. A advocacia Geral da Uni�o recorreu ao STF e o governo aguarda decis�o, com afastamento definitivo de Melo.
Enquanto isso, o governo Temer discute a possibilidade de editar uma Medida Provis�ria que acabaria com o estatuto atual, extinguiria o conselho curador e mudaria o formato da emissora de televis�o. Mas o Planalto ainda aguarda um posicionamento do ministro Toffoli para tentar fazer o que chamam de "limpeza definitiva" na empresa.