Sexta-feira de manifesta��es, protestos e caos no tr�nsito em algumas regi�es do Rio de Janeiro, no dia em que ocorreu a solenidade de abertura dos Jogos Ol�mpicos Rio’2016, os primeiros em um pa�s da Am�rica do Sul. Passeatas, greve e amea�as de paralisa��o, al�m de acidentes e engarrafamentos. Foi assim que come�ou o dia na chamada Cidade Maravilhosa. As manifesta��es tamb�m obrigaram o desvio do trajeto previsto para a tocha ol�mpica em Copacabana, na Zona Sul, e causou atraso na programa��o. Por volta das 15h, a chama terminou o trajeto no Aterro do Flamengo, na pista lateral, junto ao Monumento aos Pracinhas.
Logo cedo, na Pra�a da Bandeira, no Centro da cidade, manifestantes sa�ram em marcha, rumo ao Maracan�, local da abertura, com faixas protestando contra a morte de policiais em favelas e exigindo provid�ncias e aumento da seguran�a para o cidad�o do Rio de Janeiro. Em Botafogo, servidores protestavam por aumento de sal�rio e tamb�m pelo fim dos atrasos nospagamentos, o que vem ocorrendo h� dois meses diante da crise financeira do estado.
A amea�a maior vem dos funcion�rios do metr�, que decretaram ontem estado de greve em fun��o dos baixos sal�rios. Uma assembleia estava marcada para a noite e que poderia decretar a paralisa��o do servi�o, o que para o prefeito Eduardo Paes e para a organiza��o dos Jogos Ol�mpicos seria o caos. Uma pergunta passava de boca em boca: “Como fazer a Olimp�ada sem o metr�?”.
Um protesto contra o presidente em exerc�cio Michel Temer (PMDB), que tamb�m pedia a volta da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), tomou conta da Avenida Atl�ntica. O ato, organizado pelo Conlutas de S�o Paulo (CSP) e pela Central �nica dos Trabalhadores (CUT), reuniu cerca de 3 mil pessoas que se concentraram em frente ao Copacabana Palace. Manifestantes aproveitaram para criticar a realiza��o da Olimp�ada no pa�s. An�is ol�mpicos com a foto de Temer e faixas como “calamidade ol�mpica” podiam ser vistos no protesto, assim como bandeiras de diversos sindicatos. Carros de som ditavam palavras de ordem. O ato come�ou na altura do Copacabana Palace.
Familiares de policiais militares mortos tamb�m fizeram ato no Maracan�, Zona Norte, onde, � noite, ocorreu a cerim�nia de abertura da Olimp�ada. No meio do percurso, parentes e amigos das v�timas foram impedidos de passar pela via principal por causa das interdi��es de seguran�a para a festa. No ato, vi�vas fizeram ora��es e soltaram bal�es brancos manchados de tinta vermelha, simbolizando o sangue das v�timas. Os bal�es tinham fotos dos PMs mortos. Quando chegaram ao Maracan�, por volta das 11h, elas entregaram flores e abra�aram os PMs que estavam no entorno do est�dio, em raz�o dos Jogos Ol�mpicos.
Ass�dio sexual Tudo isso foi apenas o in�cio de incidentes que conturbaram o dia da Olimp�ada, especialmente ap�s a pris�o do lutador de boxe do Marrocos Hassan Saada, depois que ele tentou beijar duas camareiras da Vila Ol�mpica. Ele est� preso temporariamente por 15 dias por ass�dio sexual. Ele � acusado de usar sua for�a para impedir que as trabalhadoras reagissem.
A ju�za Larissa Nunes Saly, do Juizado do Torcedor e Grandes Eventos do Tribunal de Justi�a do Estado do Rio de Janeiro, afirmou que a pris�o foi necess�ria por se tratar de atleta estrangeiro, sem resid�ncia fixa no pa�s. O boxeador foi inclu�do no artigo 213 do C�digo Penal, pelo crime de constranger algu�m, mediante viol�ncia ou grave amea�a, a ter conjun��o carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso.
Em sua decis�o, a ju�za ainda puxou a orelha do boxeador: “� inacredit�vel que um atleta que deveria vir ao pa�s para passar uma mensagem de esp�rito ol�mpico aja com total desrespeito com quem o acolhe, cometendo atos grav�ssimos e repudiados em qualquer lugar do mundo”. Hassan foi transferido ontem mesmo para o Complexo de Gericin�, em Bangu, Zona Oeste . Por n�o ter curso superior, ele ficar� em uma ala destinada aos presos comuns.
Sumi�o A seguran�a tamb�m se transformou em preocupa��o de atletas da Gr�-Bretanha na Vila Ol�mpica. A equipe decidiu proibir camareiros brasileiros de entrarem em seus quartos por temer o furto dos equipamentos para execu��o dos esportes. Os atletas afirmam que malas desapareceram misteriosamente. Segundo o grupo, nove de um total de 3 mil pe�as da bagagem se extraviaram entre Belo Horizonte, onde se prepararam para os Jogos, e a entrada da Vila Ol�mpica. Os respons�veis pela organiza��o dos Jogos afirmaram que j� adotaram todas as provid�ncias para localizar as bagagens. (Com ag�ncias)
Mochila suspeita
Uma mochila esquecida por um turista israelense provocou, no in�cio de ontem, a interdi��o de uma das pistas que d�o acesso ao aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio. O Esquadr�o Antibombas da Pol�cia Federal (PF) foi chamado e militares da Marinha bloquearam um per�metro de aproximadamente 100 metros do local onde estava a mochila. O bloqueio, que durou quase uma hora, gerou transtorno aos passageiros que se deslocavam para o aeroporto. Eles tiveram de desembarcar no meio da via e seguir a p�, carregando malas, para n�o perder o hor�rio do voo. Quando os policiais federais se preparavam para abrir a mochila suspeita, inclusive com o uso de um rob�, o turista israelense chegou, informando que havia esquecido a mochila na cal�ada enquanto esperava um t�xi. Os policiais e um amigo do turista foram at� a mochila e a esvaziaram, para ter certeza de que n�o havia nada suspeito.
