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Estado de Minas

"O PSDB � advers�rio e ser� advers�rio ferrenho da nossa chapa nesta elei��o", diz Lacerda

Prefeito falou com exclusividade ao EM sobre as elei��es municipais, e declarou que deve pedido de desculpas a Brant


postado em 09/08/2016 08:20 / atualizado em 09/08/2016 13:40

(foto: Leandro Couri / EM DA Press)
(foto: Leandro Couri / EM DA Press)
Patrocinador da candidatura do engenheiro Paulo Brant � prefeitura, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) rebateu ontem as afirma��es de que teria abandonado seu afilhado pol�tico. Ele divulgou nota atribuindo a uma condena��o administrativa do executivo pelo Banco Central por sua gest�o no Bemge a decis�o de retirar o seu apoio. Disse que vai publicar a �ntegra em sua p�gina no Facebook para n�o ficar como vil�o da hist�ria e para que se fa�a justi�a a ele. “Na vers�o que ele falou, parece que foi algo planejado, que eu tinha conhecimento anteriormente e o tirei para fazer alian�a com os tucanos”. Ao contr�rio, Lacerda disse em entrevista ao Estado de Minas que o PSDB, com quem tentou acordo at� a �ltima sexta-feira, ser� seu maior advers�rio nesta campanha. Na entrevista, o prefeito reconheceu que deve um pedido de desculpas a Brant por n�o ter falado pessoalmente com ele e disse que ainda espera ser apoiado pelo executivo na campanha.

O senhor disse que retirou o apoio � candidatura porque Paulo Brant tem uma condena��o do Banco Central. O partido n�o deveria ter feito uma pesquisa pr�via?

Quando nosso advogado foi procurado para acertar detalhes da candidatura, perguntou ao Paulo Brant se tinha not�cia de processo no Banco Central e ele disse que era algo sem import�ncia, era apenas uma quest�o de uma multa, o que, para administrador p�blico, � algo muito frequente. Na sexta-feira, no come�o da tarde, nosso advogado nos procurou e disse ter informa��o de que ele tem uma decis�o com uma puni��o mais s�ria, mais grave. O que foi publicado no Di�rio Oficial foi um resumo. J� quase �s 18h (de sexta-feira), o advogado do Brant ent�o enviou esse texto completo da decis�o do BC. A verdade � que nem sequer constava passagem pelo Bemge no curr�culo dele. N�s realmente n�o nos preocupamos, exceto no momento em que chegou a informa��o de que era grave. Ent�o, mesmo que tiv�ssemos 2min de TV, n�o daria para explicar isso para a popula��o, principalmente neste momento de tantas investiga��es e den�ncias. Seria muito dif�cil para nossa estrat�gia de campanha apresent�-lo como um bom gestor que ele �. Para mim esse assunto Bemge n�o empana a carreira dele, mas em uma campanha seria fatal. Em um debate seria destruidor. Na atual situa��o do pa�s, a popula��o quer bom gestor e uma hist�ria limpa. Para mim, isso n�o prejudica a hist�ria dele. Se estivesse negociando a vinda para uma institui��o privada n�o incomodaria com essa decis�o. Supondo que estivesse na prefeitura n�o haveria problema, mas numa elei��o seria fatal.

Por que o senhor n�o foi encontr�-lo pessoalmente para dizer isso?

Lamento n�o ter feito isso. � at� dif�cil se desculpar por isso, mas priorizei a constru��o da nova alian�a. Precisava reunir os advogados dos partidos para fazer as mudan�as legais necess�rias. Faltando seis horas para encerrar os prazos de qualquer altera��o nas atas de conven��o, precisava encontrar uma nova coliga��o. Logo ap�s, j� por volta de 21h de sexta, tentei falar com o Paulo Brant, marcar conversa com ele, mandei v�rias mensagens e ele n�o as respondeu. A gente lamenta profundamente o acontecido.

Paulo Brant soube que n�o seria mais candidato por terceiros?

N�o s�o terceiros, � a equipe da campanha, pessoas de confian�a dele, n�o eram estranhos, eram pessoas com as quais ele estava convivendo h� meses.

O senhor disse que fica at� dif�cil pedir desculpas. Acha que deve se desculpar com ele?

Acho que sim. Apesar da dificuldade da correria da agenda, acho que foi um erro, certamente. Mas se n�s n�o tiv�ssemos corrido atr�s de uma nova alian�a ter�amos muita dificuldade. Constru�mos felizmente uma alian�a com uma pessoa de bem, nosso vice-prefeito (D�lio Malheiros), que hav�amos inclusive tentado convencer o PSDB mais no in�cio do ano de ser nosso candidato comum.

Ent�o, o senhor n�o apoiou o D�lio antes porque o PSDB n�o quis?

Exatamente. Por duas vezes isso foi tentado.

Mas o senhor podia ter apoiado D�lio Malheiros sem o PSDB, da mesma forma que apoiou o Brant...

A quest�o � que ele tamb�m n�o tinha o apoio do partido dele. Isso � um pouco de hist�ria, mas a verdade � que a filia��o do D�lio ao PSD foi bastante traum�tica porque os deputados do PSD tinham uma conversa interna para um deles ser candidato a prefeito. Ent�o, a ida do D�lio para o PSD foi resolvida em uma negocia��o dos partidos entre S�o Paulo e Bras�lia e contra a vontade dos deputados. Tanto que ap�s o D�lio n�o ter conseguido trazer partidos para a sua candidatura esses deputados queriam o PSD na alian�a do Paulo Brant. Isso foi alterado na �ltima hora. Assim como t�nhamos decis�es locais, al�m do PSD, do PDT, do PRB, do PTB e SD, que estavam compromissados consosco na chapa e por conversas que aconteceram em Bras�lia, esses partidos sa�ram da alian�a que sustentava o Paulo Brant. Mesmo quando ficamos praticamente sozinhos decidimos manter a candidatura do Paulo Brant. Na sexta nos reunimos e trabalhamos na organiza��o da campanha, sab�amos que t�nhamos grandes chances de lev�-lo ao segundo turno mesmo com aquele tempo. Ele reafirmou seu interesse e n�s tamb�m. Seria impens�vel para mim, sabendo que tinha um problema, fazer uma reuni�o daquela. S� tomamos conhecimento da gravidade do problema quando o advogado nosso recebeu a mensagem com o inteiro teor da decis�o. Foi um choque, um trauma. � como queda de avi�o, um conjunto de causas, a mais importante foi n�o termos nos aprofundado nas informa��es sobre a carreira dele.

Os partidos da base do senhor foram todos para outras candidaturas. O senhor considera uma derrota pol�tica?

N�o considero. Est� se formando um novo centr�o no Congresso e o n�cleo dele s�o PSDB e PMDB. O PSB est� fora. N�o interessa a esse centr�o uma terceira via, uma alternativa pol�tica sobre o PSB em MG. N�o foi falta de habilidade nossa, eu fui a Bras�lia, conversei com os presidentes dos partidos, Kassab do PSD, Roberto Jeferson do PTB, o presidente do PDT esteve aqui, o Lupi. Conversei com o Paulinho da For�a, do SD, com o PRB conversei aqui. Ent�o, n�o foi a decis�o dos partidos aqui, foi decis�o das c�pulas partid�rias em Bras�lia que n�o respeitaram a independ�ncia da pol�tica local mineira.

Nos bastidores, a informa��o � de que o senador A�cio Neves trabalhou para minar sua candidatura...

O PSDB � advers�rio e ser� advers�rio ferrenho da nossa chapa nesta elei��o. N�o h� nenhuma esp�cie de acordo, conversa, isso que foi especulado por a� de que havia um acerto de apoio m�tuo. N�o h�. O PSDB � o principal advers�rio da chapa D�lio Malheiros e Josu� Valad�o.

O PSDB ser� mais advers�rio do que o PT?

Eu diria que o PT n�o tem chance de ir para o segundo turno, � por isso.

N�o existe ent�o esse acordo de que o senhor apoiaria D�lio para ficar com Jo�o Leite no segundo turno?

Segundo turno voc� negocia na hora, dependendo de quem for. N�o existe acordo pr�vio de segundo turno, isso n�o funciona. � at� arrog�ncia. Isso � planta��o de primeira.

Tamb�m n�o teve nenhum acordo para o senhor ser candidato em 2018 ao governo?

Sempre disse que n�o queria subordinar a quest�o de BH � quest�o de 2018. N�o tenho ambi��o, n�o tenho projeto, quero trabalhar para vencer estas elei��es com a nossa chapa D�lio Malheiros e Josu� Valad�o, duas pessoas de bem que defendem com unhas e dentes nossa gest�o.

Paulo Brant criticou o car�ter do senhor. Como responde?

N�o vou nem responder isso, acho que respeito o momento dele e lamento profundamente o que aconteceu, ningu�m planejou isso, foi conting�ncia de um processo eleitoral. Lamento o dano que ele teve porque aprendi a gostar dele, a ter afeto por ele, a acreditar na candidatura dele, trabalhar dedicadamente pela pr�-candidatura dele. Foi uma frustra��o muito grande.

E o Brant, como fica? Ele pediu demiss�o da presid�ncia de uma das maiores empresas mineiras para ser candidato.


Isso � conting�ncia da vida. Gostar�amos at� de t�-lo, como ele elogia nossa gest�o, apoiando a continuidade da gest�o com a nossa chapa. Gostaria de me encontrar com ele, abra��-lo, lamentar o que aconteceu. Se for o caso, chorar junto com ele, porque estou sofrendo realmente. Mas ele n�o tem problema de empregabilidade, n�o teria dificuldade, � inclusive uma pessoa muito estimada l� na regi�o, estive l� por outros motivos e pude ouvir muitos elogios � figura dele, o que me entusiasmou ainda mais. Tudo isso � muito dif�cil porque n�o poder�amos manter a candidatura dele, seria mortal.

Como vai ser sua participa��o na campanha de D�lio?


Ser� extremamente dedicada. Trabalhei ontem com a equipe das cinco da tarde �s 10 da noite, nosso comit� na Raja come�a a funcionar esta semana. Estamos j� com produtora. Ele se dedicou muito a conhecer a prefeitura e supervisionei as informa��es para ele. A vida tem que seguir. Vou trabalhar muito para eleger o D�lio.

O epis�dio em que D�lio amea�ou renunciar � vice-prefeitura se o PSD apoiasse o Brant est� superado?

Ali ele estava disputando o partido, � normal.Na disputa sangue n�o corre, mas muitas pancadas acontecem.

� verdade que o senhor trabalhou para retirar a candidatura do D�lio?

A partir do momento que ele n�o conseguiu trazer partidos para a ideia da candidatura dele, inclusive n�o conseguiu aprovar a alian�a PSB-PSDB para ele, a partir desse momento, os deputados do PSD queriam um deles ser candidato e disseram: com D�lio sozinho n�o d�. A� propuseram � nacional trazer o PSD para a alian�a do Paulo Brant. Isso tinha sido aprovado e depois mudou a decis�o. N�o trabalhei contra ele, ali�s, trabalhei a favor porque queria apoi�-lo junto com o PSDB antes de lan�armos oficialmente o Brant como pr�-candidato.

E a hist�ria de que o senhor chegou a oferecer um vice para o PMDB?

Mentira pura. O Roberto Brant, irm�o do Paulo Brant, me ligou e disse que o Moreira Franco, ministro do Temer, estava preocupado com o isolamento do PMDB no Rio para a elei��o do Eduardo Paes e pediu para eu ligar para o prefeito porque o ideal seria o PSB apoiar o PMDB no Rio e o PMDB apoiaria o PSB aqui. Liguei para o Paes, ele ficou feliz e disse que ia ligar para o Temer. Brant disse que Moreira Franco havia ligado para o Toninho Andrade e marquei uma conversa aqui. Apuramos essa hist�ria e disseram que o PMDB de Minas � independente. Disseram: 'n�o tem hip�tese de o PMDB ser vice, o que te propomos � o contr�rio'. Ai eu falei nem pensar. Eles sa�ram e espalharam isso a�. Gerou at� um certo p�nico no PSDB que quando encontrou comigo disse voc� n�o pode juntar com o PMDB, foi uma confus�o.


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