Bras�lia - At� ent�o defendendo a vota��o mais c�lere poss�vel, l�deres da antiga oposi��o (PSDB, DEM e PSB) se juntaram ao Centr�o (grupo de 12 partidos liderados por PP, PSD e PTB) e passaram a defender que o pedido de cassa��o do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) s� seja votado ap�s a conclus�o do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Com a unifica��o do discurso, praticamente todos os l�deres da base aliada do presidente em exerc�cio, Michel Temer, na C�mara passam a ter a mesma posi��o defendida pelo Pal�cio do Planalto nos bastidores. O temor � de que Cunha retalie membros do governo Michel Temer ap�s ser cassado, o que pode vir a prejudicar a vota��o final do processo de impeachment de Dilma, prevista para o fim deste m�s. O discurso �nico foi acertado durante caf� da manh� ontem entre o presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), e l�deres do Centr�o e da antiga oposi��o. O encontro ocorreu na resid�ncia oficial da presid�ncia da C�mara. Foi a primeira reuni�o de Maia com l�deres partid�rios no local, desde que ele p�de usar a resid�ncia, ap�s Cunha desocupar a moradia oficial, na semana passada.
“Ficou consensuado. A maioria concordou em ser depois do impeachment (de Dilma)”, afirmou o l�der do PSB, deputado Paulo Folleto (ES). Ele afirma que � a favor de a vota��o ser realizada o mais r�pido poss�vel, mas acabou concordando com a maioria dos l�deres. “Acho que � melhor deixar para depois do impeachment, por estrat�gia. Para evitar tumulto, evitar estresse”, afirmou o l�der do DEM, Pauderney Avelino (AM). Avelino defende que o mais importante � que o presidente da C�mara marque logo a vota��o. “Minha sugest�o � de que seja ainda em agosto, dia 30 ou 31”, afirmou. De acordo com o l�der do DEM, Rodrigo Maia disse que ouviria outros l�deres de partidos - inclusive da oposi��o, que defende que ele paute o pedido de cassa��o o mais r�pido poss�vel – e prometeu anunciar a data da vota��o hoje.
O �nico l�der da antiga oposi��o que diz ter se posicionado contra a maioria foi o do PPS, deputado Rubens Bueno (PR). “N�o concordei. Coloquei a minha posi��o de continuar cobrando a vota��o o mais r�pido poss�vel”, afirmou o parlamentar paranaense. Ele disse ter sido o “�nico” das lideran�as presentes a reafirmar que vai continuar cobrando em plen�rio que Maia fa�a a vota��o o mais c�lere poss�vel. Al�m de Bueno, Folleto e Pauderney, estavam presentes no caf� da manh� com o presidente da C�mara os l�deres do PSDB, Antonio Imbassahy (BA); do PP, Aguinaldo Ribeiro (PB); do PSD, Rog�rio Rosso (DF); do PMDB, Baleia Rossi (SP); e do Solidariedade, Genecias Noronha (CE). O l�der do governo, deputado Andr� Moura (PSC-SE), tamb�m compareceu e, segundo relatos, defendeu que a cassa��o fosse votada ap�s o impeachment.
PARECER
Na segunda-feira, o parecer pela cassa��o do mandato de Eduardo Cunha aprovado pelo Conselho de �tica foi lido no plen�rio da C�mara. A leitura � a �ltima etapa do processo, antes da vota��o em plen�rio. A partir dela, o pedido deve entrar como prioridade na pauta de vota��es do plen�rio em at� duas sess�es ordin�rias, ou seja, a partir de hoje. A prioridade, no entanto, n�o obriga que seja votado. Aliados de Cunha e interlocutores do Pal�cio do Planalto na C�mara consideram inevit�vel a cassa��o do peemedebista, mas trabalham para que a vota��o do caso dele no plen�rio da Casa s� ocorra ap�s impeachment, para evitar que o deputado afastado dispare contra o governo Michel Temer como retalia��o por ter sido cassado, prejudicando o processo de afastamento de Dilma.
Membro da chamada tropa de choque de Cunha, o deputado Carlos Marun (MS), vice-l�der do governo e do PMDB na C�mara, defende que o ideal seria que a vota��o s� ocorresse ap�s as elei��es municipais. Para ele, isso aumentaria as chances de Cunha se salvar, pois os deputados n�o temeriam os efeitos dos preju�zos pol�ticos por ter votado abertamente favor de Cunha. “Se fosse voto secreto, ele n�o seria cassado”, diz.