O economista e engenheiro Paulo Brant rebateu ontem a nota do PSB sobre a desist�ncia de apoi�-lo na disputa pela Prefeitura de BH, que, para ele, foi apenas uma desculpa, mas afirmou que n�o guarda m�goas do prefeito Marcio Lacerda (PSB). Ele disse n�o ver sentido em ter uma conversa pessoalmente com seu ex-padrinho pol�tico, mas n�o descartou um encontro com ele. “Posso at� ir, mas n�o vejo prop�sito. N�o tenho m�goas. O que eu digo dele do ponto de vista da virtude continuo dizendo: � um exemplo de honestidade, n�o rouba e n�o deixa roubar”, afirmou. O ex-candidato tamb�m manteve os elogios � gest�o do antigo apoiador e disse que ser� uma pena se ela for descontinuada.
Brant, no entanto, disse que ainda vai avaliar em quem votar na elei��o. “N�o sei se o D�lio (novo candidato de Lacerda) vai ser a continuidade que deve haver, sou a favor da continuidade da gest�o nos moldes do Marcio Lacerda”, afirmou. O economista insiste que houve um desrespeito grave a ele na forma como foi retirado o apoio pelo prefeito, que o convidou a disputar, e na sexta-feira enviou emiss�rios para comunicar da desist�ncia por seu nome. “S� fico indignado quando falam da minha honra”, afirmou.
Sobre a nota do PSB divulgada na segunda-feira, que atribuiu a desist�ncia da candidatura de Brant a uma condena��o administrativa no Banco Central do per�odo em que ele era dirigente do Bemge, o ex-presidente da Cenibra se disse profundamente indignado. Segundo ele, o processo envolve toda a diretoria e conselho do banco na d�cada de 1990, que s�o cerca de 30 pessoas. “Todos n�s sofremos processo administrativo porque qualquer ato de gerente que algu�m entender que n�o foi adequado gera processo administrativo, isso � rotineiro. N�o h� nenhum ato caracterizado de que fulano cometeu isso ou aquilo”, disse.
Segundo Brant, a nota divulgada pelo PSB tem “meias verdades” e, para ele, foi um pretexto para justificar a desist�ncia de apoi�-lo. “Dizer que eles n�o sabiam � no m�nimo inveross�mil, porque a equipe do Lacerda � competent�ssima, abri tudo da minha vida, dei at� a senha do meu Facebook e do cart�o de cr�dito, vasculharam tudo. H� um m�s o advogado me procurou para dizer que eu era conselheiro do Instituto Minas pela Paz e tinha que sair, quando nem eu lembrava que era. E os processos administrativos s�o p�blicos. N�o pedi para ser candidato, fui convidado”, afirma.
Ainda segundo Paulo Brant, n�o existe nenhuma condena��o definitiva contra ele, pois nem mesmo processo judicial foi aberto. “O PSB diz que n�o cabe recursos, o que � uma mentira rotunda. O processo administrativo � a primeira etapa de um longo processo que nem se iniciou. Quem julga � o juiz e n�o funcion�rios do Banco Central. A Justi�a julga depois e muitas vezes inocenta”, afirmou.
Brant disse que vai recorrer � Justi�a por uma quest�o moral. “N�o tenho o menor interesse de trabalhar em banco, mas, por quest�o moral, vamos recorrer, porque � uma inverdade total”, afirmou. O engenheiro disse que o maior certificado de sua idoneidade � ter sido presidente da Cenibra, que desenvolve um escrut�nio longo para avaliar seus dirigentes. Ele se demitiu na quarta-feira da semana passada para concorrer � PBH, dois dias antes de Lacerda retirar o apoio. “O sistema pol�tico faz tudo para afastar as pessoas de bem, isso que est� acontecendo comigo � exemplo. Est�o querendo jogar lama na minha vida.”