Bras�lia, 11 - Na vota��o conclu�da na madrugada de quarta-feira, 11, que aprovou a continuidade do impeachment de Dilma Rousseff, o presidente em exerc�cio Michel Temer ampliou a vantagem que obteve h� quase tr�s meses, quando a petista foi afastada do Planalto. Os votos a mais foram conquistados com a promessa de distribui��o de cargos a apadrinhados de senadores, a garantia de retomada de obras de interesse dos parlamentares e a atua��o da trinca de peemedebistas do Senado, o presidente da Casa, Renan Calheiros (AL), o l�der da bancada, Eun�cio Oliveira (CE), e o presidente em exerc�cio da legenda, Romero Juc� (RR).
Em 12 de maio, o Senado aprovou o afastamento tempor�rio de Dilma por 55 votos a favor e 22 contra. Na ocasi�o, Renan n�o votou - ele, como presidente da Casa, tem essa prerrogativa -, houve duas aus�ncias - Eduardo Braga (PMDB-AM) e Jader Barbalho (PMDB-PA) - e o suplente do senador cassado Delc�dio Amaral (sem partido-MS), Pedro Chaves (PSC-MS), ainda n�o tinha tomado posse.
Na quarta-feira, o placar foi de 59 votos favor�veis e 21 contr�rios. Desta vez, Jader, Braga e Chaves votaram contra Dilma. O quarto voto pr�-impeachment veio do senador Jo�o Alberto Souza (PMDB-MA), que mudou sua posi��o - na primeira sess�o foi a favor da presidente e, agora, votou para julg�-la.
Mudan�a
Souza disse ontem que mudou seu voto por "quest�es pol�ticas". "A minha postura foi em fun��o da conjuntura pol�tica. N�o foi em fun��o de haver cometido ou n�o o crime. � uma postura de achar que, no momento, fica muito dif�cil para a presidente governar", disse. "Diga-se de passagem, Temer nunca pediu o meu voto. Mas, evidentemente, conversei com o meu partido."
Temer acompanhou a sess�o de pron�ncia por telefone ou por informes de ministros e aliados, entre eles Renan, Eun�cio e Juc�. Os dois �ltimos se reuniram ao longo do dia com o presidente em exerc�cio.
Jader e Braga se ausentaram da primeira vota��o alegando motivos de sa�de e, ontem, apoiaram o andamento da a��o contra Dilma. Jader conseguiu um "upgrade" para o filho entre os dois governos. Helder Barbalho, que foi ministro da Secretaria Especial de Portos de Dilma, se tornou ministro da Integra��o Nacional de Temer, pasta com forte influ�ncia nas regi�es Norte e Nordeste.
Ex-l�der do governo Dilma e ex-ministro de Minas e Energia da petista, Braga manteve, segundo interlocutores de Temer no Congresso, aliados em cargos estrat�gicos no setor el�trico. Chaves, o discreto suplente de Delc�dio, conforme interlocutores do governo, n�o pediu cargos no Executivo.
Na conta do Planalto, o governo teria de 57 a 59 votos a favor. Acreditavam que teriam os votos de Elmano F�rrer (PTB-PI) e Otto Alencar (PSD-BA) - reservadamente, Renan garantiu que conquistaria os dois. Otto e Elmano, contudo, votaram contra tornar Dilma r�.
A novidade ficou por conta dos votos de Cristovam Buarque (PPS-DF) e Rom�rio (PSB-RJ). Os dois, mesmo tendo se posicionado em maio pelo afastamento de Dilma, n�o eram contabilizados como apoio a Temer. Rom�rio emplacou a ex-deputada Rosinha da Adefal na Secretaria dos Direitos da Pessoa com Defici�ncia do Minist�rio da Justi�a. Ele ainda quer um indicado dele em Furnas. Rom�rio nega barganhar cargos.
Obras
Ao se aproximar de Temer, Renan sugeriu ao presidente em exerc�cio uma parceria para a conclus�o de obras. Temer topou e conseguiu um pretexto para se reunir com senadores. Renan, o �nico a n�o votar ontem, tem se esfor�ado para acelerar o impeachment. Embora negue indica��es, ele manteve Vin�cius Lages na presid�ncia do Sebrae e avalizou o ex-ministro de FHC Juarez Quadros para o comando da Anatel. Renan ainda deve garantir o deputado pelo PMDB alagoano Marx Beltr�o ou outro nome no Turismo. (Colaborou Isabela Bonfim)
As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.