S�o Paulo, 12 - O tradicional almo�o de confraterniza��o dos ex-alunos da Faculdade de Direito da Universidade de S�o Paulo (USP), que ocorre sempre no dia 11 de agosto no Circolo Italiano, foi na quinta-feira, 11, bem menos concorrido do que h� um ano, quando um grupo de juristas aproveitou o encontro para lan�ar o primeiro manifesto pedindo a "ren�ncia imediata" da ent�o presidente Dilma Rousseff.
Na ocasi�o, o movimento pelo impedimento n�o havia decolado no Congresso e tinha apoio t�mido do PSDB. T�o t�mido que tucanos presentes ao almo�o, como Alexandre de Moraes, hoje ministro da Justi�a, e Jos� Gregori, ex-titular da pasta, n�o assinaram o documento.
Mesmo assim, 200 ex-alunos do Direito da USP chancelaram a iniciativa, entre eles o ex-petista H�lio Bicudo, o ex-ministro da Justi�a Miguel Reale Junior e a advogada Janaina Paschoal. "Faz um ano que, nesse almo�o, come�ou a aproxima��o da Janaina Paschoal com H�lio Bicudo.
Posteriormente, eu tamb�m participei com eles da elabora��o do pedido de impeachment. Essa � uma luta que foi vitoriosa", relembra Reale.
Faltando menos de um m�s para a vota��o definitiva do afastamento de Dilma no Senado, o tema j� n�o entusiasma mais os ex-frequentadores das arcadas do Largo de S�o Francisco.
Diverg�ncias
O clima do reencontro dos velhos amigos (e sem a presen�a de pol�ticos) era de celebra��o, ainda que com modera��o. Nas rodas das antigas turmas, o processo de impeachment de Dilma nunca foi uma unanimidade.
"Eu discordo deles. N�o h� fundamento jur�dico para o impeachment. No fundamental, pode prejudicar a consolida��o do Estado democr�tico de direito", pontuou Percival Maricato, da turma de 1975.
J� Virgilio Eg�dio Lopes, da turma de 1968, tem opini�o contr�ria. "Dilma foi minha cliente entre 1970 e 1973, quando deixou o Pres�dio Tiradentes (onde ela cumpriu pena na ditadura, em S�o Paulo), em frente � Rota (da PM). Sempre fui comunista e continuo sendo, por isso sou a favor do impeachment. � brincadeira chamar de golpe."
O l�der da turma de ex-alunos, Flavio Flores da Cunha Bierrenbach, ex-ministro do Superior Tribunal Militar (STM), � menos incendi�rio, sem ocultar lado. Ele saudou o presidente em exerc�cio Michel Temer. "H� muito tempo n�o temos um ex-colega na Presid�ncia", disse Bierrenbach.
Autor do pedido e ligado ao PSDB, Reale tamb�m foi comedido ao conversar com a reportagem. "N�o � o momento de se pensar em Michel Temer como candidato. Tem tarefa muito maior. Recolocar o Brasil nos trilhos e recompor a harmonia entre os brasileiros", afirmou o jurista.
As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.