S� na televis�o ser�o 34h24 destinados aos candidatos a prefeito entre 26 de agosto e 29 de setembro, sete horas e meia a mais do veiculado nas �ltimas elei��es municipais. Um tempo precioso - em �poca de financiamento magro e campanhas mais curtas - que determinou a acomoda��o, nos �ltimos 45 dias, dos dados lan�ados na briga pela forma��o das coliga��es partid�rias. Em Belo Horizonte, o pulverizado cen�rio que se consolidou durante a semana em torno de 11 candidaturas chegou a exibir 19 legendas aspirantes. De uni�o em uni�o, em meio a juras de amor pol�tico eterno, enquanto persistam os interesses, partidos e candidatos suaram a camisa para engordar apoios que rendessem t�o e somente a maior fatia na distribui��o do tempo de antena poss�vel.
O mexe e remexe do PSB, que deixou mortos e feridos nesta que foi a �ltima demarca��o importante no teatro das opera��es, deu ao vice-prefeito D�lio Malheiros (PSD) o segundo maior tempo proporcional de antena: 3min nos dois blocos do hor�rio eleitoral, 6min18 em spots di�rios. Representa 16,7% da propaganda, distribui��o um pouco maior que ter�o as candidaturas do deputado federal Rodrigo Pacheco (PMDB) e a do deputado federal Reginaldo Lopes (PT), que representam, nesta ordem, 16,2% e 14,5% do tempo gratuito destinado �s campanhas majorit�rias em BH.
Enquanto essas quatro chapas que reuniram em suas respectivas coliga��es as bancadas federais mais robustas concentram 75,6% do tempo distribu�do, tr�s outras candidaturas – do deputado estadual Sargento Rodrigues (PDT), do deputado federal Marcelo �lvaro Ant�nio (PR) e do ex-presidente do Clube Atl�tico Mineiro Alexandre Kalil – somam 18,8% do bolo proporcional – com, nesta ordem, 3min11, 2min40 e 1 min16 di�rios em inser��es di�rias, mais 1min31, 1min16 e 36s nos blocos do hor�rio eleitoral. Com a menor fatia no tempo de antena est�o as candidaturas dos deputados federais Eros Biondini (PROS) e Lu�s Tib� (PTdoB) e da professora Maria da Consola��o (PSOL). Sem representa��o na bancada federal, Vanessa Portugal (PSTU) contar� apenas com a distribui��o igualit�ria gratuita. Estas apostam na m�xima de que mais importante de “o quanto” se fala � “o que se fala”.
EN�AS Nas duas primeiras d�cadas das elei��es brasileiras do per�odo p�s-redemocratiza��o, o hor�rio eleitoral gratuito ocupou um papel central nas campanhas pol�ticas. Apontado como principal canal para dar visibilidade aos candidatos em megraprodu��es de marketing, foi na contram�o dessta concep��o que, nas elei��es presidenciais de 1989 e de 1994, o ent�o candidato En�as Carneiro, j� falecido, entrou para o folclore pol�tico. Com a frase “meu nome � En�as”, ele fechava a sua participa��o no hor�rio eleitoral, pronunciando 50 palavras em seus 15 segundos de fama. En�as superou em 1994, com vota��o surpreendente, as candidaturas de Orestes Qu�rcia (PMDB), Leonel Brizola (PDT) e Espirid�o Amim (PPR) e o seu bord�o inspirou, ap�s o pleito, an�ncios de frango a mot�is. Obviamente, os tempos s�o outros e as m�dias digitais e redes sociais hoje assumem protagonismo nas campanhas eleitorais. Em converg�ncia com os meios tradicionais, t�m demonstrado melhores resultados na divulga��o e “destrui��o” de candidaturas.