S�o Paulo, 18 - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, afirmou nesta quinta-feira, 18, que as den�ncias de caixa 2 na campanha eleitoral de Dilma Rousseff (PT) em 2010 provam que a Justi�a Eleitoral estava "desinformada". "Agora h� informa��es que a campanha da presidente Dilma se valeu de caixa 2, at� para pagar marqueteiro no exterior. Ent�o temos que saber qual foi a dimens�o. (Isso) prova que a Justi�a Eleitoral estava um pouco desinformada desse tipo de pr�tica. Ent�o vamos ter que discutir com toda a seriedade e achar limites de campanhas que sejam vi�veis", disse, em entrevista � R�dio Estad�o.
O ministro disse que se imaginava, em 2014, que j� n�o houvesse mais caixa 2 nas campanhas por causa dos gastos que foram declarados � Justi�a. "N�s imagin�vamos que o caixa 2 tivesse sido banido, inclusive pelos gastos declarados pelos candidatos A�cio (Neves, do PSDB) e Dilma na campanha de 2014, o ministro (Dias) Toffoli at� chegou a dizer isso (que caixa 2 n�o existia no Brasil)."
A ocorr�ncia de caixa 2 veio � tona com os depoimentos de Jo�o Santana e M�nica Moura, presos na Opera��o Lava Jato, que disseram ter recebido US$ 4,5 mil da campanha de Dilma em 2010 em uma conta na Su��a.
Elei��es municipais
Comentando as novas regras eleitorais, que limitam os gastos de campanha e pro�bem doa��o de empresas aos candidatos, o presidente do TSE destacou que � preciso identificar limites poss�veis para a legisla��o. "Um limite de R$ 10 mil para a campanha de vereador parece que � ut�pico, se o sujeito usar um carro ele j� ultrapassar� esse limite. Tem que ter responsabilidade de todos os lados", afirmou.
Diante da legisla��o, o ministro espera que haja uma s�rie de a��es nos tribunais com den�ncias de abuso de poder econ�mico e caixa dois ap�s as elei��es municipais. "Vamos ter muitas discuss�es sobre abuso de poder econ�mico e uso de caixa dois. Talvez haja uma intensifica��o da judicializa��o p�s eleitoral, vamos ter muita discuss�o e depois ajuizamento de a��es impugnando mandatos", declarou.
Lei da Ficha Limpa
Na entrevista, Gilmar Mendes voltou a criticar a Lei da Ficha Limpa, dizendo que a legisla��o � insuficiente para combater a imoralidade na pol�tica nacional. "Veja que temos metade ou pelo menos acima de um ter�o dos deputados na C�mara investigados ou com den�ncias oferecidas. Portanto, devemos ter outros meios de combater os d�ficits morais da pol�tica", disse. Na quarta-feira, 17, o ministro havia comentado que iniciativa parece ter sido feita por "b�bados".
Em resposta �s cr�ticas do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, que afirmou que a declara��o do ministro "n�o � postura de magistrado", Gilmar Mendes refor�ou as opini�es sobre a limita��o da legisla��o. "J� estamos h� seis anos da sua aprova��o (da lei) e at� hoje continuam as pol�micas. Se apresentou como se fosse a pedra filosofal, que resolveria todos os problemas, uma panaceia, e vimos que n�o � assim."