As elei��es municipais deste ano devem opor prefeitos e vices que se elegeram juntos em 2012 em mais da metade das capitais brasileiras. Das 26 capitais onde haver� elei��o, 13 ter�o prefeitos e vices disputando reelei��o em chapas separadas ou apoiando candidatos advers�rios. Os rompimentos ocorreram principalmente nas regi�es Norte - em quatro das sete capitais - e Nordeste - em cinco das nove capitais.
Um desses casos � o Rio de Janeiro. Na capital fluminense, o atual vice-prefeito, Adilson Pires (PT), apoia a candidatura a prefeito da deputada Jandira Feghali (PCdoB), que ter� como candidato a vice o petista Edson Santos. Ap�s o impeachment de Dilma, o PT desistiu de apoiar o nome do deputado federal Pedro Paulo (PMDB). Ele disputa o comando da cidade com apoio do atual prefeito, Eduardo Paes (PMDB).
O desgaste pol�tico entre PT e PMDB tamb�m contribuiu para a ruptura entre o prefeito de Goi�nia (GO), o petista Paulo Garcia, e seu vice, o peemedebista Agenor Mariano. Os dois romperam em dezembro do ano passado, ap�s o in�cio do processo de impeachment de Dilma na C�mara. Na elei��o, Garcia, que n�o pode se reeleger, apoiar� Adriana Accorsi (PT). J� Mariano apoia Iris Rezende (PMDB).
Na disputa
Em Fortaleza (CE), Salvador (BA), Manaus (AM) e Palmas (TO), os prefeitos e vices eleitos em 2012 v�o disputar a elei��o em chapas diferentes. Na capital cearense, o atual prefeito, Roberto Cl�udio (PDT), tentar� a reelei��o sem o apoio de seu atual vice, Gaud�ncio Lucena (PMDB). O peemedebista tenta se reeleger vice-prefeito da cidade na chapa do deputado estadual Capit�o Wagner (PR).
O rompimento entre prefeito e vice de Fortaleza aconteceu nas elei��es de 2014. Na �poca, Roberto Cl�udio, que faz parte do grupo pol�tico dos irm�os Ciro e Cid Gomes (PDT), apoiou Camilo Santana (PT) para governador do Estado, preterindo a candidatura de Eun�cio Oliveira, l�der do PMDB no Senado. At� ent�o, os dois grupos pol�ticos eram aliados no Estado.
Em Salvador, o prefeito Ant�nio Carlos Magalh�es Neto (DEM) disputa reelei��o sem o apoio de sua atual vice, C�lia Sacramento (PPL). Ela foi preterida por ACM Neto, que escolheu o deputado estadual Bruno Reis (PMDB) como vice.
"O PMDB � o maior dos 15 partidos da minha coliga��o. Al�m disso, ela (C�lia Sacramento) mudou do PV para o PPL, que n�o tem tempo de TV", justificou ACM. Sem conseguir emplacar na vice, C�lia se lan�ou candidata a prefeita com uma vice de seu partido na chapa.
Chapas
Nas capitais do Tocantins e do Amazonas, os vice-prefeitos eleitos em 2012 chegaram a renunciar aos cargos e, no pleito deste ano, tentam se eleger para o comando das cidades em chapas advers�rias �s dos prefeitos. Em Palmas, Sargento Arag�o (PEN) renunciou � vice-prefeitura antes mesmo de tomar posse e, neste ano, tenta se eleger prefeito em chapa advers�ria � do atual gestor, Carlos Amastha (PSB).
O atual prefeito de Manaus, Arthur Virg�lio Neto (PSDB), tamb�m tentar� a reelei��o tendo como advers�rio o vice que se elegeu com ele em 2012, Hissa Abrah�o (PDT). O pedetista rompeu com o tucano ainda em 2013. No ano seguinte, se elegeu deputado federal e renunciou ao cargo municipal. Neste ano, tenta se eleger prefeito. Virg�lio Neto, por sua vez, escolheu o deputado federal Marcos Rotta (PMDB) para a vice.
"Houve um rompimento diante de um desconforto na quest�o relacional, mas, acima de tudo, s�o as propostas", disse Abrah�o. De acordo com ele, um dos fatos que mais o aborreceram na rela��o com o prefeito foi quando Arthur Virg�lio mandou suspender obras na zona leste de Manaus que tinham sido autorizadas pelo pedetista, ent�o secret�rio de Obras da capital amazonense.