Bras�lia e S�o Paulo, 26 - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, suspendeu, por duas vezes em menos de meia hora, a sess�o de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, na manh� desta sexta-feira, 26. Ap�s briga de parlamentares, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi acalmar os �nimos, mas acabou piorando a situa��o. Com isso, o intervalo do almo�o foi antecipado.
Renan come�ou elogiando Lewandowski, que preside o julgamento no Congresso, e pediu que os senadores tivessem mais respeito ao ambiente e aos colegas. Ele tamb�m chegou a pedir desculpas ao professor Luiz Gonzaga Belluzzo, primeira testemunha de defesa, pelo constrangimento a ele e ao Pa�s. "N�o podemos apresentar essa imagem � sociedade", disse Renan.
Logo depois, por�m, o peemedebista disse: "Fico muito triste porque essa sess�o mostra que a burrice � infinita. Ontem a Gleisi chegou a dizer que o Senado n�o tem moral para julgar o impeachment", afirmou. "Justamente a senadora que o presidente do Senado livrou de um indiciamento no STF".
Gleisi rebateu o coment�rio e, a partir deste momento, a confus�o se tornou generalizada. Lewandowski teve de suspender a sess�o mais uma vez e decidiu s� retomar os trabalhos ap�s o almo�o.
Dia acalorado
Antes desse epis�dio, os senadores Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Lindbergh Farias (PT-RJ) haviam trocado ofensas no plen�rio. Caiado voltou a insinuar que o senador petista usava drogas. "Tem uma cracol�ndia dentro do seu gabinete", disse, referindo-se a Lindbergh como "bandido" e "desqualificado".
Lindbergh rebateu e voltou a gritar que Caiado tinha liga��es com o contraventor Carlinhos Cachoeira. "Cachoeira que sabe da sua vida". Os dois tiveram que ser contidos por aliados. Lewandowski levantou contrariado e deixou o plen�rio.
Ap�s suspender a sess�o, o presidente do STF informou que Renan iria se pronunciar. O presidente do Senado disse ent�o que a Casa est� perdendo oportunidade de se afirmar como um institui��o representativa da sociedade e pediu desculpas ao depoente pelo "constrangimento" gerado pelos colegas. "Vossa excel�ncia (Lewandowski) est� sendo obrigado a presidir um julgamento em um hosp�cio�, disse. Renan tamb�m pediu desculpas ao ministro e ao Pa�s pelo comportamento dos senadores.
Em seguida, Renan disparou as acusa��es citadas contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Cr�ticas
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou a interven��o do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). "Acredito que o presidente Renan perdeu a chance de ficar calado", afirmou. Renan foi convidado a dar uma palavra de apelo aos senadores, para que evitassem discuss�es e mantivessem a calma. No entanto, acabou intensificando ainda mais as discuss�es em plen�rio.
Diversos senadores levantaram de suas cadeiras e partiram para cima do presidente do Senado. Outras discuss�es paralelas tomaram conta do plen�rio. Aos gritos de "baixaria, baixaria", Lindbergh amea�ou ler em plen�rio a dela��o de S�rgio Machado, ex-presidente da Transpetro, que gravou diferentes atores pol�ticos em conversas que pareciam operar pelo processo de impeachment.
As recorrentes discuss�es em plen�rio t�m levantado quest�es sobre o n�vel de rivalidade que poder� causar a vinda da presidente Dilma Rousseff, que deve depor na pr�xima segunda-feira, 29. "A presidente n�o vai se intimidar. Se voc�s pensam que a presidente tem medo de Caiado, ela n�o tem!", disse Lindbergh.