K�tia Abreu: faz parte da estrat�gia colocar Dilma como 'maluca e irrespons�vel'

Bras�lia, 26 - A senadora K�tia Abreu (PMDB-TO) disse nesta sexta-feira, 26, que a estrat�gia dos acusadores da presidente afastada Dilma Rousseff no processo de impeachment � apresent�-la como "maluca e irrespons�vel". "A presidente � acusada de falta de responsabilidade fiscal, mas o que praticamos � a farsa fiscal", afirmou, durante o processo de julgamento de Dilma no Senado.

A senadora disse que foi o governo do presidente em exerc�cio, Michel Temer, que conseguiu aprovar um d�ficit de R$ 170 bilh�es, e n�o Dilma, que havia proposto um d�ficit de R$ 96 bilh�es. "At� agora, tivemos um d�ficit de R$ 23,8 bilh�es no primeiro semestre", disse, em refer�ncia ao d�ficit do setor p�blico consolidado divulgado pelo Banco Central (BC).

"Eles aprovaram um d�ficit de R$ 170 bilh�es. Isso faz parte da estrat�gia do impeachment para coloc�-la como maluca e irrespons�vel", acrescentou. Ela ressaltou que, no acumulado dos �ltimos 12 meses encerrados em junho, o d�ficit � de R$ 151 bilh�es, tamb�m conforme o BC. "Isso porque a presidente pagou todo o passivo, que neste ano n�o se repetir�."

A senadora lamentou a aus�ncia de senadores da base do governo Temer no plen�rio do Senado no julgamento do impeachment. Eles deixaram o plen�rio e n�o ouvem o depoimento do economista Luiz Gonzaga Belluzzo.

O economista disse que a presidente afastada fez "despedaladas", o que ele considerou um erro de pol�tica econ�mica. "Eu disse que ia dar o resultado que deu. Falei que o PIB iria cair 2,5%, mas errei, caiu 3,8% no ano passado", afirmou.

Para Belluzzo, n�o houve opera��o de cr�dito entre o Tesouro e o Banco do Brasil no que diz respeito ao Plano Safra, mas sim subs�dio. "N�o h� opera��o de cr�dito entre governo e banco p�blico. Isso � opera��o or�ament�ria e fiscal, n�o opera��o de cr�dito", afirmou. "� subs�dio, est� no or�amento e � feito h� muitos anos. Isso � assim em todas as partes do mundo", acrescentou o economista.

Segundo ele, os conflitos do Brasil com o exterior se d�o em raz�o da pol�tica europeia e americana. "N�s sempre somos prejudicados porque o conjunto de subs�dios � inferior ao que eles t�m. N�o se trata de uma opera��o de cr�dito."

O economista disse esperar que, assim que o projeto que limita o crescimento dos gastos da Uni�o � infla��o do ano anterior seja aprovado no Congresso, o Banco Central decida reduzir a taxa b�sica de juros. Belluzzo disse que a recess�o econ�mica n�o foi causada pelas pol�ticas do governo Dilma, mas pelas medidas adotadas ap�s a reelei��o da presidente.

"Naquele momento, houve um bombardeio na economia brasileira, e n�o era verdade. O desastre veio depois de implantado aquilo que os cr�ticos consideravam verdadeiro e conveniente", afirmou. "A queda das receitas em 2015 foi violent�ssima, impressionante."