Bras�lia, 30 - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, defendeu nesta ter�a-feira, 30, que a Corte atue na defini��o de regras para as dela��es premiadas. Para Gilmar Mendes, os bastidores em torno dos acordos "� um mundo de intrigas", de "desintelig�ncias".
"Isso precisa ser realmente examinado. Acho que em algum momento, a gente vai ter que ter algum tipo de quest�o de ordem para balizar tudo isso, porque � um mundo de intrigas, de desintelig�ncias. Acho que o pr�prio tribunal que homologa fica �s vezes numa m� luz", comentou Gilmar Mendes a jornalistas antes de participar da sess�o da Segunda Turma do STF.
"Essas tratativas s�o sempre sigilosas. O que a gente percebe � que h� um fogo cruzado muito intenso. Ao inv�s de for�as externas, estava me lembrando das for�as ocultas do J�nio, tem tamb�m as for�as internas. Quer dizer, sabe-se l� como isso funciona", completou o ministro do STF, citando as press�es que levaram � ren�ncia do ex-presidente J�nio Quadros, em 1961.
Negocia��es
Na semana passada, a Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) suspendeu as negocia��es de dela��o premiada do ex-presidente da OAS L�o Pinheiro e de outros executivos da empresa. A determina��o para suspender as tratativas veio do procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, ap�s vazamento de informa��es sobre conversas entre o empres�rio e os investigadores da Lava Jato.
A decis�o da PGR surpreendeu advogados que atuam na Lava Jato, que alegam que, em outros casos de vazamento de dela��es, a Procuradoria-Geral da Rep�blica n�o tomou decis�o t�o dr�stica.
A confirma��o da informa��o sobre a suspens�o da negocia��o causou estranheza entre advogados que atuam na Lava Jato. Defensores de outros colaboradores ouvidos citaram casos de vazamento de dela��es que n�o resultaram em a��es t�o firmes como a tomada pela Procuradoria-Geral da Rep�blica.