Dos 63 senadores que discursaram na sess�o que come�ou ontem no in�cio da tarde encerrou �s 2h36 da madrugada de hoje, 43 se declararam favor�veis ao impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff.
O quorum para retirar Dilma do cargo - o maior de vota��es do Congresso - � de dois ter�os, ou 66,66% dos votos. Nos discursos, houve um aval ao afastamento definitivo de Dilma de 68,25% dos senadores.
A sess�o de pronunciamentos durou 12 horas e encerrou com 43 manifesta��es favor�veis de senadores ao impedimento, 18 contr�rias e dois n�o declararam explicitamente seus respectivos votos (veja quadro abaixo). Ao todo, 18 senadores n�o participaram da dessa fase de pronunciamentos.
Ao final da sess�o, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que comanda o processo de impeachment, declarou suspensa a sess�o e afirmou que o julgamento ser� retomado nesta quarta-feira �s 11 horas com a �ltima etapa.
Vota��o
No final da manh� desta quarta-feira, os 81 integrantes da Casa v�o votar de forma decisiva o impedimento da presidente e decidir se a petista merece ser condenada � cassa��o de seu mandato por crime de responsabilidade.Os 54 votos necess�rios para afastar Dilma j� s�o dados como certos pelo governo do presidente interino, Michel Temer.
Pelo menos 55 senadores j� anunciaram que v�o votar pelo afastamento. Se ela for condenada, Temer assume efetivamente o Pa�s at� o final de 2018.
Na sess�o que come�ou na ter�a-feira, os debates ficaram polarizados. Os parlamentares apoiadores de Dilma repetiram a tese de que h� um golpe de Estado para destituir a petista.
J� os cr�ticos da presidente afastada disseram que ela n�o dialogou com o Parlamento, cometeu il�citos e que o processo � legitimado pelo STF, j� que o presidente da Corte � tamb�m presidente do tr�mite no Senado.
O presidente do PSDB, senador A�cio Neves (MG), disse em seu discurso que Dilma n�o assumiu em seu discurso ao Senado "seus erros" e culpou a oposi��o pela desestabiliza��o do Pa�s no per�odo de seu governo.
"Quis�ramos n�s poder ter essa for�a, n�o para desestabilizar, mas para ajudar o governo a corrigir rumos. N�o, n�o � a oposi��o que � respons�vel pelos delitos cometidos", disse o tucano.
O l�der do PMDB, Eun�cio Oliveira (CE), um dos senadores mais pr�ximos do governo Michel Temer a discursar, assumiu a mesma linha do tucano.
"A presidente n�o veio ontem, aqui, diante desta Casa, fazer uma autocr�tica. Apesar das mais de dez horas em que aqui esteve e permaneceu neste plen�rio, falou com o seu p�blico apenas para completar e concluir a sua brilhante biografia. N�o inovou; ao contr�rio, repetiu os argumentos que j� vinham sendo usados. Portanto, sem surpresa tanto em rela��o � coragem da presidente, quanto em rela��o ao seu distanciamento permanente deste Parlamento", disse o peemedebista.
Os aliados da petista sa�ram na defesa. O l�der da oposi��o, Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmou que a hist�ria vai reservar a Dilma "um lugar de honra". "A senhora nunca vai precisar esconder o seu rosto, como esses que votam pelo impeachment. Viva Dilma Rousseff, viva a democracia", disse.
Golpe
Primeiro a falar, o senador Gladson Cameli (PP-AC) anunciou o voto a fator da condena��o da petista e reacendeu a discuss�o: "N�o vejo como golpe lutar pelo cumprimento das leis e da constitui��o. (...) Golpe � mentir para ganhar as elei��es". O �ltimo a se pronunciar, o senador Rom�rio (PSB-RJ), fez um curto discurso e tamb�m defendeu a sa�da definitiva de Dilma.Aliados de Dilma reagiram e refor�aram o discurso da presidente afastada, de que ela est� sendo julgada pelo "conjunto da obra". "E n�o adianta ficarem irritados porque n�s usamos a express�o "golpe". "N�o somos n�s apenas, � o mundo inteiro, � a opini�o p�blica mundial, s�o os grandes �rg�os da imprensa do mundo", disse o l�der do PT, Humberto Costa (PE). O petista disse ainda que o Congresso "nunca engoliu Dilma".
"Temos um golpe travestido de impedimento, cujo objetivo � tirar uma presidente democraticamente eleita e substituir o projeto que ela defende por uma pol�tica que j� foi derrotada nas urnas quatro vezes seguidas. Quatro vezes seguidas", disse Costa.
Tucanos como os senadores C�ssio Cunha Lima (PB) e A�cio Neves defenderam que o processo de impeachment de Dilma tem respaldo popular, pois o "povo foi �s ruas" contra a gest�o petista.
Cunha Lima argumentou que caso o impedimento n�o prosperasse no Congresso, Dilma seria cassada pela Justi�a Eleitoral. "E � preciso dizer - e dizer desde logo - que, se n�o fosse o impeachment, a presidente Dilma cairia por decis�o do Tribunal Superior Eleitoral. Ela seria cassada pela Justi�a Eleitoral, dado o volume de provas que l� j� se encontram, provando que a elei��o dela foi maculada", afirmou.
Diferente de segunda-feira, quando Dilma respondia perguntas dos congressistas, o plen�rio do Senado se manteve esvaziado durante os discursos de senadores. Muitos parlamentares permanecem em seus gabinetes ou no chamado 'caf�zinho' da Casa e s� entram no plen�rio pr�ximo da hora de seu pr�prio pronunciamento.
As galerias, que j� foram ocupadas por uma claque de ex-ministros, pelo ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e pelo compositor Chico Buarque tamb�m ficaram esvaziadas. (Ricardo Brito, Beatriz Bulla, Julia Lindner e Isabela Bonfim).
Confira como est� o placar parcial do impeachment
Favor�veis
Gladson Cameli (PP-AC)
Ant�nio Anastasia (PSDB-MG)
Ata�des Oliveira (PSDB-MG)
Lucia Vania (PSB-GO)
Lasier Martins (PDT-RS)
Ronaldo Caiado (DEM-GO)
Alvaro Dias (PV-PR)
Antonio Valadares (PSB-SE)
Dario Berger (PMDB-SC)
Jos� Medeiros (PSD-MT)
Cassio Cunha Lima (PSDB-PB)
Eduardo Amorim (PSC-SE)
Aecio Neves (PSDB-MG)
Magno Malta (PR-ES)
Valdir Raupp (PMDB-RO)
Ivo Cassol (PP-RO)
Jos� An�bal (PSDB-SP)
Garibaldi Alves (PMDB-RN)
Paulo Bauer (PSDB-SC)
Eun�cio Oliveira (PMDB-CE)
Cidinho Santos (PR-MT)
Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
Ricardo Ferra�o (PSDB-ES)
Benedito de Lira (PP-AL)
Zez� Perrella (PTB-MG)
Wilder Morais (PP-GO)
S�rgio Petec�o (PSD-AC)
H�lio Jos� (PMDB-DF)
Rose de Freitas (PMDB-ES)
Ana Am�lia (PP-RS)
Simone Tebet (PMDB-MS)
Waldemir Moka (PMDB-MS)
Pedro Chaves (PSC-MS)
Reguffe (sem partido-DF)
Fernando Bezerra (PSB-PE)
Cristovam Buarque (PPS-DF)
Jos� Agripino (DEM-RN)
Dal�rio Beber (PSDB-SC)
Tasso Jereissati (PSDB-CE)
Eduardo Lopes (PRB-RJ)
Davi Alcolumbre (DEM-AP)
Jos� Maranh�o (PMDB-PB)
43 - Rom�rio (PSB-RJ)
Contr�rios
Jorge Viana (PT-AC)
Roberto Requi�o (PMDB-PR)
Angela Portela (PT-RR)
F�tima Bezerra (PT-RN)
L�dice da Mata (PSB-BA)
Gleisi Hoffmann (PT-PR)
Vanessa Graziottin (PCdoB-AM)
Humberto Costa (PT-PE)
Regina Souza (PT-PI)
Jos� Pimentel (PT-CE)
Paulo Paim (PT-RJ)
Armando Monteiro (PTB-PE)
Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
Lindbergh Farias (PT-RJ)
Otto Alencar (PSD-BA)
Jo�o Capiberibe (PSB-AP)
Roberto Muniz (PP-BA)
Elmano F�rrer (PTB-PI)
N�o declararam
Fernando Collor (PTC-AL)
Acir Gurgacz (PDT-RO)