Bras�lia, 03 - O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, negou ontem que o presidente Michel Temer tenha participado de acordo para favorecer a ex-presidente Dilma Rousseff no julgamento do impeachment.
"Eu falo de acordos que eu participei. Desse caso espec�fico, eu n�o participei, nem o governo, de 'acordinho', de acordo nem de acord�o. N�o participamos. Fomos surpreendidos", afirmou o ministro ao Estado.
Ainda de acordo com Geddel, "esse ponto (o fatiamento) pode ser respondido melhor pelos atores que participaram e votaram a favor de uma posi��o que, ao meu ver, choca-se com a Constitui��o".
Ao negar que ele ou o presidente Temer tenham tratado do assunto com senadores, Geddel lembrou que, "para tratar desse tema, existe a lei maior que � a Constitui��o, que ali, ao meu ver, rege de forma clara o que deve ser feito", acentuando que o Supremo Tribunal Federal (STF) est� sendo chamado a se posicionar sobre a quest�o do fatiamento.
Questionado se o presidente e os ministros do Planalto n�o foram informados da "manobra" que estava em curso no Senado, Geddel afirmou: "Eu n�o lhe disse que em nenhum momento o presidente n�o foi informado por algu�m. Eu e o presidente fomos informados j� no decorrer da sess�o. A gente estava acompanhando. Vimos os movimentos e fomos informados a partir daquele momento".
O ministro explicou ainda que ele, o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e outros ministros estavam assistindo � sess�o. "Fomos todos tomados da mesma surpresa", disse o ministro. No Pal�cio do Planalto, ministros e assessores presidenciais ressaltam que, apenas ter conhecimento de que essa possibilidade poderia existir, n�o significa aval do governo Temer.
Contrariado
As not�cias de que Temer teria dado aval, "como jurista", � mobiliza��o de parlamentares que levou ao fatiamento do impeachment de Dilma, deixaram o presidente, que est� na China, em viagem oficial, "muito contrariado".
Mesmo com 12 horas de fuso a mais e apesar de estar envolvido com reuni�es bilaterais e a prepara��o para a reuni�o do G-20 - grupo das maiores economias do planeta -, que se inicia hoje, Temer ficou em contato com o Brasil tentando encontrar uma forma de desfazer a ideia de que teria dado aval ao que o governo chama de "manobra" para assegurar direitos a Dilma.