S�o Paulo, 05 - Aliados do presidente Michel Temer pressionam o Pal�cio do Planalto a adiar o envio da proposta de reforma da Previd�ncia ao Congresso Nacional para depois do segundo turno das elei��es municipais, no dia 30 de outubro. O temor de correligion�rios e l�deres de partidos que d�o sustenta��o ao governo � de que o tema cause preju�zos aos candidatos do PMDB ou identificados com a gest�o Temer.
Em um jantar com l�deres da base aliada na semana passada, o presidente avisou que pretende apresentar a reforma provavelmente at� o fim deste m�s. Aliados do Centr�o e da antiga oposi��o - os dois blocos de sustenta��o governista - reclamam que a apresenta��o do texto coincidiria com o auge das campanhas municipais - o primeiro turno ser� no dia 2 de outubro. O projeto seria entregue a um Congresso praticamente vazio.
O gesto, por�m, seria mais simb�lico do que pr�tico, pois jogaria a press�o sobre os parlamentares. H� a preocupa��o de que deputados e senadores envolvidos nas disputas municipais sejam obrigados a se posicionar contra a reforma. Diante da press�o, o governo deve adiar o envio da proposta.
O governo Temer estipulou um trip� de projetos para dar ao mercado um sinal de compromisso com o ajuste fiscal: a Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) que estabelece um teto dos gastos p�blicos, mudan�as nas leis trabalhistas, como a terceiriza��o, e a reforma da Previd�ncia - esta considerada pol�mica e impopular.
Ap�s a interinidade marcada pelas "bondades", com reajustes ao funcionalismo e renegocia��o das d�vidas dos Estados, a confirma��o do impeachment pressiona Temer a fazer gestos concretos que mostrem a disposi��o do governo de aprovar a pauta econ�mica.
O esbo�o do projeto de reforma da Previd�ncia j� est� pronto. A ideia � estipular a idade m�nima de 65 anos para a aposentadoria de homens e mulheres. Isso valeria para trabalhadores da iniciativa privada e servidores p�blicos. O ponto de corte para se inserir na nova regra deve ser de 50 anos.
"N�o sei se vai ter com quem discutir essa mat�ria at� o dia 2 de outubro. N�o vai ter ningu�m em Bras�lia, n�o vai ter qu�rum. Ficamos travados aqui at� hoje
(com o processo de impeachment)
", disse o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO).
Ele cobra que o projeto seja "amplamente" debatido com os l�deres antes de ser apresentado. "Corremos o risco de que a vers�o (do governo) seja distorcida se o processo n�o for bem discutido. Isso pode levar a prolifera��o de fofocas e mentiras que podem derrotar muitos deputados federais nas campanhas municipais", afirmou.
Antipatia
Caiado vocalizou uma cobran�a recorrente, mas que, por enquanto, tem sido feita de maneira reservada. "Ningu�m quer votar medidas antip�ticas antes de elei��o, sen�o fica antip�tico tamb�m", afirmou o deputado L�cio Vieira Lima (PMDB-BA). Ele avalia que o debate vai come�ar "para valer" s� depois do segundo turno. "Os parlamentares est�o nas suas bases. Essa reforma precisa de qu�rum alt�ssimo. N�o d� para colocar em risco. Precisa de estrat�gia para a vota��o."
Afinado com Temer, o senador Eun�cio de Oliveira (CE), l�der do PMDB na Casa, assumiu a miss�o de convencer os colegas. "N�o podemos mentir para a popula��o nas elei��es municipais. N�o h� como escamotear a verdade", afirmou. Questionado sobre o baixo qu�rum em setembro no Congresso, ele respondeu que a a��o tem a "simbologia" de mostrar que o governo est� sendo transparente.
Tucanos
O PSDB, por sua vez, quer que a reforma seja apresentada o mais r�pido poss�vel. Para os tucanos, a medida serviria como um freio de arruma��o. "Defendo que o debate n�o seja inibido por quest�es de natureza eleitoral. A situa��o � muito grave. � necess�rio que sejam muito bem esclarecidos a proposta e os seus fundamentos", afirmou o deputado Antonio Imbassahy (BA), l�der do PSDB.
O deputado Silvio Torres (SP), secret�rio-geral do PSDB, complementa a posi��o do colega. "O governo, que n�o � candidato, precisa fazer esse sinal para o mercado", afirmou.
O �nico consenso entre as for�as pol�ticas � que as reformas, da Previd�ncia e trabalhista, s� devem ser votadas em 2017. "A Previd�ncia precisa passar por dois turno em cada Casa. � uma pauta para o ano que vem e que neste ano vai come�ar a ser discutida. N�o h� como acelerar esse tipo de mat�ria", disse Torres. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.