Bras�lia, 13 - Cassado na �ltima segunda, 12, pelo plen�rio da C�mara, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) divulgou nota rebatendo os coment�rios do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Em tr�s par�grafos, Cunha reclama que mat�rias relevantes oriundas da C�mara n�o foram apreciadas pelo Senado e repete que as investiga��es da Opera��o Lava Jato n�o tiveram as mesmas consequ�ncias sobre Renan. Ao final, Cunha alfineta o colega de partido.
"Com todo desejo de sucesso ao presidente do Senado no comando da Casa, e acreditando na sua inoc�ncia, espero que os ventos que nele chegam atrav�s de mais de uma dezena de delatores e inqu�ritos no STF, incluindo S�rgio Machado, n�o se transformem em tempestade", diz a nota. "E que ele consiga manter o c�lice afastado dele", finalizou.
Mais cedo, Renan tentou se distanciar da imagem de Cunha. "Afasta de mim esse c�lice", brincou o senador, evitando comentar afirma��es de Cunha, que disse ontem na C�mara que as den�ncias dos parlamentares teriam um tratamento diferenciado das dele no Supremo Tribunal Federal.
Na sess�o de cassa��o, Cunha reclamou que virou alvo priorit�rio das investiga��es. O ex-deputado � r�u em dois processos no STF e � alvo de investiga��o em outras sete frentes. J� o senador n�o � r�u, mas � investigado em 12 inqu�ritos no STF. "Eu n�o quero de forma nenhuma falar sobre isso (cassa��o de Cunha), mas quem planta vento, colhe tempestade, isso � uma lei da natureza", comentou o presidente do Senado.
Nesta ter�a, Cunha disse que, durante o per�odo em que presidiu a C�mara, n�o houve mat�rias de car�ter relevante provenientes do Senado que n�o foram apreciadas pelos deputados, ao contr�rio do Senado, que n�o colocou em vota��o o projeto de terceiriza��o, a redu��o da maioridade penal, a PEC da Reforma Pol�tica, entre outros projetos encampados por Cunha e aprovados pela Casa. "Esperamos que o Senado aprecie essas mat�rias", destacou.
Cunha lembrou que a a��o penal 982 - que envolve dela��es referentes �s negocia��es de sondas da Petrobras - s� atingiu a ele. "Os mesmos delatores, nas suas dela��es, acusam como benefici�rios das supostas vantagens indevidas montando a US$ 6 milh�es os senadores Renan Calheiros, Jader Barbalho, Delc�dio Amaral e Silas Rondeau. Entretanto, a a��o penal que deveria ser indivis�vel, segundo o C�digo Penal, foi aberta apenas contra mim", lamenta o ex-parlamentar.